Economia: previsão de encerramento da queda de juros

*Por André Carvalho, diretor de portfólio da Acura Capital 

Para esse final de maio, tivemos a divulgação da ata do COPOM. A percepção do mercado foi a de que apresentou um tom mais conservador se comparado às últimas atas. O tom relativamente mais duro, já fora antecipado no comunicado divulgado logo após a reunião.

Merece destaque a percepção dos membros do comitê:

• cenário externo mais adverso;

• mercado de trabalho aquecido;

• expectativas de inflação desancoradas.

Por estas questões, segundo o Banco Central, existe a necessidade de uma política monetária mais conservadora. Acredito que estamos próximos ao encerramento do ciclo de queda de juros.

Após a leitura da ata e o resultado da última reunião do COPOM, as expectativas do mercado para o nível de encerramento da taxa de juros de 2024, estão em 10% a.a. Vale lembrar que este é nosso cenário desde o final de 2023.

ESTADOS UNIDOS 

Nesta semana, o grande destaque será a divulgação da ata da última reunião do FOMC. O mercado aguarda a divulgação na expectativa de ter mais informações sobre o cenário do FED. Existe uma preocupação com a evolução do mercado de trabalho, que se mostra mais resiliente do que era esperado, e com relação ao movimento desinflacionário:

• Será divulgada a primeira leitura dos PMIs de maio, o mercado espera para a manufatura 50,1 e para o setor de serviços 51,5.

• Também teremos discursos de Christopher Waller, membro do FOMC As expectativas do mercado para o início do ciclo de queda de juros nos Estados Unidos estão agora concentradas em setembro. Porém, dependem da evolução da inflação e dos dados do mercado de trabalho.

 

ZONA DO EURO 

Na zona euro também teremos a leitura preliminar dos PMIs de maio. As expectativas estão:

• Indústria: 46,1

• Serviços: 53,6

A minha visão para a economia da Zona Euro, é de que o BCE dará início ao ciclo de queda de juros no mês de junho, motivado principalmente pela baixa atividade econômica.

Acreditamos que, apesar dos últimos dados de inflação mostrarem uma leitura positiva, a magnitude do movimento desinflacionário não seria suficiente para motivar uma queda de juros no primeiro semestre.