Fernanda Brandão Martins
A população dos países da União Europeia foi às urnas para a escolha de representantes para o Parlamento Europeu. As eleições acontecem em meio a desafios como a Guerra na Ucrânia, a questão ambiental, o avanço da integração europeia que tem dividido países domesticamente e no âmbito da União Europeia também. Países como França e Alemanha tiveram vitórias expressivas de partidos de extrema-direita que são nacionalistas e “eurocéticos”, ou seja, são contrários ao aprofundamento do processo de integração europeia por entenderem que se opõe aos interesses nacionais.
Em termos gerais, especialistas apontam que quanto à composição do parlamento europeu, os primeiros dados apontam para uma redução da presença de radicais ambientais, aumento dos assentos de partidos pró integração europeia, emergência de novos partidos a serem disputados pelas coalizões existentes dentro do parlamento, inclusive coalizões da extrema direita. Há países que só divulgarão os resultados dessas eleições posteriormente por conta do processo de contagem de votos. Porém, esses resultados não devem alterar muito as tendências estabelecidas pelos resultados já divulgados.
Nesse contexto, após uma perda de 17 pontos percentuais nas eleições do parlamento europeu para o partido de extrema direita de Marine Le Pen, o presidente Emmanuel Macron decidiu dissolver o parlamento nacional e convocar novas eleições. Há especialistas que afirmam que o objetivo de Macron é forçar a população francesa a escolher entre um governo mais moderado e um governo extremista e se apresentar como a figura que poderia impedir a França de ser governada pela extrema direita. Há consenso de que a estratégia do presidente é arriscada e pode acabar aumentando a presença da extrema-direita no parlamento francês dificultando ainda mais a capacidade de governança do presidente francês.
*Fernanda Brandão Martins é coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.
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