Copom manteve taxa Selic em 10,50% ao ano
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors
O Copom manteve a taxa de juros inalterada, como grande parte do mercado já esperava. O tom do comunicado veio novamente mais duro ditando a piora nas expectativas de inflação e sobre a importância de uma política fiscal crível para ancorar essas expectativas.
O tom do banco central segue sendo hawkish, ressaltando um parágrafo inteiro sobre a política fiscal, que é algo que vem tomando conta do noticiário econômico e discussões há algumas semanas.
“O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária. “
Esse parágrafo com certeza será de grande importância no mercado.
O cenário segue desafiador para o Banco Central que, além de contar com uma deterioração das expectativas de inflação, ainda vê uma maior depreciação do câmbio por conta da desconfiança dos agentes econômicos sobre a política fiscal. A manutenção e o último parágrafo do comunicado sobre futuros ajustes da taxa de juros deram um tom mais duro no comunicado.
“O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.”
Não há impactos em ativos que sejam indexados à SELIC OU CDI uma vez que houve manutenção dos juros nos mesmos patamares de antes.
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