Cenário de clima seco e vento ampliam o risco de focos de incêndio acima do normal, com impacto sobre o setor agrícola
Foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil |
Em um cenário de clima seco acima do normal, o risco de ocorrência de queimadas, como as registradas na última semana no Estado de São Paulo, seguirá elevado até o início de outubro, exigindo atenção principalmente do agronegócio, segundo alerta da Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explica que os meses de agosto e setembro tradicionalmente registram o pico das queimadas, por ser um período em que o solo perde a umidade e há a continuidade da seca desde o início do inverno, deixando a vegetação ainda mais seca e suscetível a incêndios.
“As queimadas ocorrem geralmente ao longo de um período prolongado de seca, com pico imediatamente antes do retorno das chuvas. Neste ano, o cenário se agravou porque tivemos um verão com chuvas mais irregulares, que não garantiram uma recuperação eficaz da umidade do solo”, observa Lucyrio. Além disso, o outono foi o mais quente da história no Estado, e muito seco, assim como o inverno, apesar das ondas de frio intensas, mas pontuais. “Tudo isso deixou o solo menos úmido e antecipou as condições de secura da vegetação, levando à ocorrência de focos precoces de incêndio, em níveis muito acima do normal.”
O climatologista da Climatempo destaca que no último sábado, quando se registraram inúmeros incêndios, o Estado de São Paulo também se encontrava na situação denominada de pré-frontal, ou seja, o período imediatamente anterior ao avanço de uma frente fria com quadrante noroeste, que corresponde à entrada de ar quente e seco de forma mais acelerada. “Esse cenário se agravou por conta dos ventos, que levaram as queimadas a se alastrar”, acrescenta.
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