Abaixo análise de Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos (foto divulgação Warren)
- Nossa projeção para o déficit primário do Governo Central de 2024 é de R$ 62,4 bilhões, 0,53% do PIB, resultado da diferença entre receitas líquidas e despesas primárias, de 18,4% e 18,9% do PIB, respectivamente.
- Os R$ 62,4 bilhões projetados para o déficit são compatíveis com o cumprimento da meta fiscal de 2024, considerando-se o intervalo inferior de déficit, de R$ 28,8 bilhões, e excluindo-se as despesas não computadas para fins de cumprimento da meta, de R$ 33,6 bilhões, em grande parte relativas à tragédia no Rio Grande do Sul.
- O cumprimento da meta fiscal de 2024, em sua banda inferior será possível desde que se faça um corte de R$ 4,5 bilhões nas despesas discricionárias, adicional aos já indicados nos terceiro e quarto relatórios bimestrais.
- Estimamos déficit de 0,83% do PIB, ou R$ 104,3 bilhões, para 2025, bem pior que os R$ 40,4 bilhões de déficit apresentados no PLOA 2025. A principal explicação é a diferença de R$ 67,4 bilhões nas projeções de receitas líquidas, especialmente em relação às receitas extraordinárias e às chamadas condicionadas.
- O corte extra requerido para possibilitar o cumprimento da meta fiscal de 2025 é de R$ 29,2 bilhões, mesmo que se considere o intervalo inferior da meta de déficit de R$ 31 bilhões e a exclusão de R$ 44,1 bilhões de despesas não computadas na meta. Esse corte soma-se a outros R$ 17,4 bilhões já considerados em nossas projeções, totalizando uma necessidade de contenção de R$ 46,6 bilhões.
- Diante do tamanho do corte requerido, acreditamos que a meta fiscal de 2025 precisará ser alterada, de modo a acomodar um montante de bloqueios/contingenciamentos politicamente aceitável, como os R$ 17,4 bilhões incorporados em nossas projeções.
- A persistência do déficit até 2026, seguida de sua redução gradual, manterá a trajetória de aumento da dívida pública até 2033, sem que se vislumbre estabilidade no horizonte considerado. A dívida bruta parte dos 74,4% do PIB, de 2023, para 84,2% do PIB, em 2026, e 94,9% do PIB, em 2033.
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