Os partidos de centro seguem à frente nas prefeituras. MDB perde a liderança, mas mantém força. PT elege menos prefeitos que PL e Republicanos
Foto: reprodução TSE |
Depois de 30 anos liderando as prefeituras brasileiras, o MBD perdeu espaço para o PSD. O partido de centro garantiu 888 prefeituras em primeiro turno, um aumento em relação a 2020, quando 659 municípios eram geridos por prefeitos da legenda.
Os dados do Tribunal Superior eleitoral mostram ainda que, mesmo perdendo a liderança no número de prefeituras conquistadas, o MDB cresceu em relação ao último pleito, passando de 790 para 865 prefeitos eleitos. E garantindo o segundo lugar entre as legendas.
Centro domina
Os partidos que compõem o Centrão — PSD, MDB, PP e União Brasil — juntos, têm metade das prefeituras do Brasil. Segundo o TSE, foram mais de 3 mil prefeituras conquistadas em primeiro turno. Entre elas, as capitais:
- Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB)
- Florianópolis (SC): Topázio Neto (PSD)
- Macapá (AP): Dr. Furlan (MDB)
- Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (PSD)
- Salvador (BA): Bruno Reis (União Brasil)
- São Luís (MA): Eduardo Braide (PSD)
- Teresina (PI): Silvio Mendes (União Brasil)
Números que podem aumentar ainda mais no resultado final das eleições, já que o centro também aparece forte na disputa pelo segundo turno.
- Belém (PA): Igor (MDB) e Delegado Eder Mauro (PL)
- Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD)
- Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União)
- Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB)
- Goiânia (GO): Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União)
- João Pessoa (PB): Cicero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL)
- Natal (RN): Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT)
- Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)
- Porto Velho (RO): Mariana Carvalho (União) e Léo (Podemos)
- São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL)
O PSol, que tem com Guilherme Boulos seu representante de maior destaque, disputando a prefeitura de São Paulo contra Ricardo Nunes (MDB), não elegeu nenhum prefeito em primeiro turno.
Para o professor de Ciência Política, André Rosa, o resultado nas urnas no âmbito local é uma prévia do que podemos esperar para as eleições nacionais de 2026.
Direita X Esquerda
Nos extremos, também houve incremento de ambos os lados. Enquanto o partido do presidente Lula (PT) ganhou pouco mais de 70 prefeituras com relação a 2020 — passando de 179 para 253 este ano. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve crescimento mais expressivo — de 351 para 523 administrações este ano.
“A polarização não perdeu força, nem foi à regra”, é o que entende o cientista político Eduardo Grin, quando avalia o número de prefeitos reeleitos em primeiro turno.
“O que mostra que aquele prefeito que fez uma boa gestão foi premiado. Aí não tem polarização, não importa quem quer que seja – aliado do Bolsonaro ou do Lula — o prefeito é bom, fez uma boa gestão, e a população prefere a segurança do que apostar em alguém que ela não sabe se vai seguir entregando bons serviços públicos.”
A disputa continua em segundo turno em duas capitais:
- Cuiabá (MT): Abílio (PL) e Lúdio (PT)
- Fortaleza (CE): André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT)
Para Grin, a disputa nessas duas capitais, aliada à briga pela prefeitura de São Paulo, mostra que a disputa entre campos políticos opostos foi relevante e segue assim no segundo turno.
“Se a sociedade brasileira e a política seguem polarizadas, isso se reflete na eleição municipal.”
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