A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil, Alice Castilho, apresentou análise e projeções sobre a seca na região durante coletiva de imprensa na quinta-feira (31), em Manaus
Manaus (AM) – A região amazônica enfrenta uma seca severa histórica e os rios, da margem direita, poderão permanecer com níveis críticos até dezembro, quando as chuvas devem se consolidar e provocar subidas mais constantes nas estações monitoradas. Essa foi a projeção apresentada, na quinta-feira (31), pela diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Alice Castilho.
De acordo com a diretora, nas próximas semanas, os rios devem ter variações e novas mínimas podem ser registradas. “Nos próximos dias vamos ter situações diferentes em cada uma das estações porque é uma bacia muito grande e depois, ao longo do mês de dezembro a gente vai começar a verificar a elevação do nível dos rios”.
As projeções indicam que o Negro pode ficar abaixo dos 16 m em Manaus (AM) até a segunda quinzena de dezembro. Essa foi a marca considerada como crítica considerando a cota mínima de segurança definida pelas autoridades locais para a Praia de Ponta Negra. Nesta sexta-feira (1), foi registrada nova mínima histórica na estação: 12,13 m – a cota mais baixa dos últimos 122 anos. “O nível em Manaus (AM) ainda está diminuindo”, analisou Alice Castilho.
Em Óbidos (PA), o Rio Amazonas pode ficar abaixo de 1 m até dezembro. A cota atual é de: -1,20 m. Na estação de Porto Velho (RO), o Rio Madeira deve ficar abaixo dos 3 m até a segunda quinzena de novembro. A última cota registrada na estação foi de 77 cm. Em outubro, o Madeira registrou a mínima histórica de 19 cm na capital de Rondônia. Essa foi a marca mais baixa desde 1967, ou seja, em 57 anos. As análises consideram os anos mais críticos da história como referência.
Acompanhe aqui as informações mais recentes sobre as cotas da Bacia do Rio Amazonas
Novos municípios atendidos por projeções sobre a seca
O SGB ampliou o número de estações atendidas pelas projeções para a estiagem. Além de gerar informações sobre os rios Negro em Manaus (AM), e Solimões em Tabatinga (AM) e Manacapuru (AM), passam a ser contempladas estações de Itacoatiara (AM) e Óbidos (PA), no Rio Amazonas.
Nos boletins de monitoramento hidrológico, o SGB informa por meio de gráficos e dados o prognóstico do tempo necessário para a recuperação dos níveis dos rios.
Essas projeções são essenciais para aumentar a previsibilidade sobre o cenário, de modo a apoiar ribeirinhos, as autoridades locais e o setor de navegação em ações para reduzir os impactos da seca na região.
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