Sandra Mara Ferrari é assessora pedagógica no Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília
Na atual e constante evolução social, a educação do século XXI desempenha fundamental função frente aos desafios de preparação das futuras gerações para o desenvolvimento e alcance de oportunidades acadêmicas, profissionais e socioemocionais. Diante das constantes mudanças econômicas, políticas, socioculturais do mundo moderno, as famílias, crianças e jovens anseiam por uma educação que contemple tais demandas, o que, consequentemente, coloca a escola no foco de questionamentos acerca do seu papel nesta sociedade mais flexível e polivalente, capaz de pensar e aprender continuamente, e que sobretudo atenda às demandas dinâmicas que se diversificam em quantidade e qualidade.
Sendo assim, faz-se imprescindível que consideremos os avanços da educação na promoção de novas ferramentas de ensino, na revisão das metodologias e aprimoramento da rotina escolar, o que destaca a importância de se desenvolver nos estudantes outras habilidades além das intelectuais, por meio da inclusão de mais experiências práticas na aprendizagem.
As transformações acontecem rapidamente. Em parte, isso ocorre devido aos avanços tecnológicos e suas contribuições para a educação. Por outro lado, as mudanças na sociedade exigem a necessidade de que as escolas também se atualizem, de modo que os estudantes estejam mais preparados para lidar com as demandas que surgirem.
Nesta nova realidade mundial, denominada por estudiosos como sociedade do conhecimento, não se aprende como antes, no modelo de pedagogia do trabalho taylorista / fordista fundadas na divisão entre o pensamento e ação, na fragmentação de conteúdos e na memorização, em que o livro didático era responsável pela qualidade do trabalho escolar. Hodiernamente, aprende-se na rua, pela televisão, computador dentre tantas outras possibilidades. Ou seja, ampliaram-se os espaços educativos, redefiniu-se o conceito de aprendizagem.
Segundo Álvaro Vieira Pinto (1989, p.29), “a educação é o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses”. É dentro do contexto educacional que se encontram diferentes sujeitos, que pertencem a diferentes contextos sociais, que trazem sua historicidade construída a partir de diferentes vivências, assim é possível e faz-se necessário buscar alternativas para a democratização do ensino.
É possível elencar algumas novidades relevantes. Por exemplo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi um marco para a educação no Brasil. Ela apresenta a estrutura esperada para toda a educação básica do país e as orientações sobre conteúdos essenciais para cada etapa escolar.
Dessa forma, realizam-se mudanças na gestão, no formato do ensino e na experiência dos estudantes. A BNCC tem o objetivo de unificar o ensino brasileiro para que todos os estudantes tenham acesso a uma formação integral. O documento resguarda a liberdade das escolas em determinarem as propostas metodológicas mais adequadas à sua realidade, além de considerar as diferenças regionais.
Durante a pandemia do coronavírus, com a necessidade de distanciamento social e de adaptação das atividades para a forma remota, a proposta de ensino a distância ganhou força. Os aparelhos eletrônicos se tornaram a principal ferramenta de estudos e permitiram que a aprendizagem continuasse. Nesse cenário, a tendência é que as ferramentas do EAD estejam cada vez mais presentes na educação.
Para crianças e adolescentes, as aulas presenciais são uma necessidade. Porém, o ensino híbrido, o qual é capaz de combinar estratégias presenciais e a distância, configurando, portanto, um recurso significativo a contribuir muito com a educação.
A preocupação com outras habilidades, além do desenvolvimento intelectual, é uma urgência palpável à compreensão do contexto educacional. Assim, as competências socioemocionais requerem especial atenção, pois estão relacionadas a uma melhor qualidade de vida como um todo. Com isso, a expectativa é de que haja redução de conflitos no âmbito escolar, melhor preparo para a vida em sociedade, prática da cidadania e aquisição das habilidades essenciais para o mundo do trabalho.
As metodologias de ensino também evoluem diariamente, a fim de trazer mais benefícios aos educadores e aos estudantes. Nesse contexto, as metodologias ativas de aprendizagem ajudam a desenvolver as habilidades do futuro, além de apresentarem estratégias eficazes para o uso de recursos mais modernos na educação.
É importante destacar que existem diferentes abordagens, por exemplo, aprendizagem por projetos, sala de aula invertida, design thinking, aprendizagem maker, entre outras. O que todas têm em comum é o protagonismo estudantil, resultando numa experiência escolar mais alicerçada nas atividades práticas.
Portanto, diante das significativas mudanças na educação nos últimos anos, expõe-se a importante necessidade de os gestores estarem atentos às novas regras e tendências para que o ensino oferecido garanta uma boa preparação dos estudantes para o futuro e enriqueça o trabalho dos educadores.
Então, para dar novos rumos à educação escolarizada, implica transformar a prática pedagógica, a qual consiste em mudar representações consolidadas num processo de construção de vida profissional e pessoal. Não se trata de incorporar novos modelos e levá-los para diferentes realidades. Essa mudança requer modificação da concepção de conceitos sobre escola, ensino, homem e sociedade. Uma nova atitude que exige ousadia, coragem e conhecimentos diversificados, pois não é simplesmente mudar a prática pedagógica, trocar o velho pelo novo, sobretudo, essa atitude implica reavaliar, transformar, ressignificar conceitos e valores, pensar sobre questões contemporâneas que produzem sentido na vida dos indivíduos, significa colocar-se como mediador no processo de ensino e de aprendizagem e conceber o aluno como partícipe nesse processo.
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