Juliana Galvão, especialista em vestibulares seriados e cofundadora da Sofista Learning Divulgação
Por Juliana Galvão, especialista em vestibulares seriados e cofundadora da Sofista Learning*
O acesso ao ensino superior é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo, mas discutir a democratização desse acesso não é uma tarefa simples, já que modelos tradicionais de vestibulares que vigoram há muitos anos, como o da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST) e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), estabelecem um funil altamente competitivo que muitas vezes privilegia aqueles com maior acesso a recursos educacionais.
É nesse contexto que os vestibulares seriados, como o Provão Paulista, despontam como uma solução justa e eficaz para transformar o sonho universitário em uma realidade no caso de jovens com recursos reduzidos, comparados àqueles exigidos pelas provas tradicionais.
O que costuma ser uma corrida contra o relógio passa a ser uma jornada contínua. Os erros, que em outros contextos são recebidos como imperdoáveis, transformam-se em oportunidades para corrigir a rota e obter resultados melhores nas etapas seguintes. Outro ponto positivo é que esse modelo não se limita a testar conteúdos de forma acumulada e isolada.
Provas seriadas, como o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) - que contempla 50% das vagas de todos os cursos de graduação da universidade - e o Programa de Ingresso Seletivo Misto (PISM) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atribuem maior peso às etapas finais, reconhecendo que a etapa 1, referente ao primeiro ano do Ensino Médio, é frequentemente o primeiro contato desses estudantes com uma prova de vestibular. Dessa forma, tal abordagem reconhece que o aprendizado não ocorre de forma linear, uma vez que eles precisam de tempo para se adaptar ao formato das provas e à soma de conhecimento.
Fomentar a equidade
Universidade para todos, de etapa em etapa
Diante de todos os pontos levantados, não restam dúvidas: os vestibulares seriados representam um grande avanço na democratização do ensino superior. Acima de tudo, eles demonstram que é sim possível encontrar saídas para o modelo tradicional e rígido de avaliação que - mesmo que inconscientemente - tem assombrado os jovens há tantos anos.
Se a meta é um sistema educacional mais inclusivo e eficaz, iniciativas como essas devem ser colocadas no centro dos holofotes. O futuro da educação superior no Brasil deve incluir todos, sem exceção, e a equidade não pode ser deixada de lado na equação. Isso depende de ações concretas por parte dos indivíduos envolvidos nestes processos. Assim como disse o educador Paulo Freire, "a educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo".
*Cofundadora do Tudo Sobre o PAS UnB, que posteriormente se tornou Sofista Learning, Juliana Galvão é graduada em licenciatura em música pela UnB e pós-graduada em Marketing Digital pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP). Na Sofista, atua como mentora e especialista em provas seriadas do Brasil.
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