Seis em cada dez brasileiros acreditam que a hiperconectividade estimula gastos não essenciais e tem relação negativa direta com dívidas ativas
Imagem ilustrativa. Créditos: Freepik |
São Paulo, março de 2025 – Os brasileiros estão cada vez mais buscando informações sobre organização financeira. No entanto, as redes sociais, ao mesmo tempo em que oferecem conteúdos educativos, também se tornaram um grande fator de estímulo ao consumo não essencial e, por consequência, ao comprometimento do orçamento.
Pesquisa recente da Creditas, plataforma digital de soluções financeiras, em parceria com a Opinion Box, revela que 60% dos entrevistados afirmam que as redes sociais contribuem para o aumento das dívidas. Isso acontece porque essas plataformas estimulam gastos desnecessários (33%), reforçam uma cultura consumista (17%) e incentivam compras impulsivas (13%).
“Isso leva a gastos que não estavam planejados, impulsionados por promoções relâmpago, tendências passageiras e a falsa sensação de que certos produtos ou experiências são essenciais para o bem-estar", explica Guilherme Casagrande, educador financeiro da Creditas.
O estudo mostra ainda que sete em cada dez brasileiros já contraíram dívidas, sendo que as principais causas são despesas inesperadas (30%), uso excessivo do cartão de crédito (27%) e parcelamento no cartão (24%).
“Para viabilizar as compras incentivadas pelas redes sociais, os brasileiros fazem uso de um dos créditos mais tóxicos do mercado - o rotativo de cartão de crédito. O uso dessa linha de forma inconsequente pode resultar em dívidas de juros muito altos. Embora o acesso à informação financeira esteja mais fácil do que nunca depois da democratização da internet e da digitalização, a influência negativa das redes sociais pode minar o planejamento financeiro e reforçar hábitos de consumo prejudiciais”, disse.
O levantamento ouviu 1.506 pessoas com mais de 18 anos, de diferentes classes sociais e regiões do país, para entender a relação do brasileiro com o crédito e as principais motivações para o uso.
Guilherme ressalta que, após contrair a dívida, é importante refazer o planejamento para voltar a ter o controle das finanças. “O primeiro passo é mapear todas as dívidas. Depois, procurar pelas alternativas mais baratas para quitar esses débitos. Atualmente, os créditos com garantia, seja de carro, casa ou salário (mais conhecido como consignado), são os créditos com os juros mais baixos do mercado e alternativas inteligentes para quem deseja se organizar e pagar dívidas acumuladas”.
Mas, o educador financeiro destaca que o ideal é optar pelas compras de forma racional. “Com um consumo mais consciente e planejamento adequado, é possível aproveitar as redes sociais sem comprometer sua saúde financeira”.
Confira algumas dicas para evitar o impacto negativo das redes sociais no seu bolso:
● Filtre os conteúdos consumidos: Siga perfis confiáveis de educação financeira e evite conteúdos que incentivam compras impulsivas;
● Questione a necessidade da compra: Pergunte-se se o item ou serviço é realmente necessário ou se a compra é motivada por influência externa.
● Defina um orçamento para gastos extras: Antes de ceder às tentações das redes sociais, estabeleça um limite mensal para compras não essenciais;
● Evite o parcelamento: Sempre que possível, prefira pagamentos à vista para evitar juros e acúmulo de parcelas;
● Desative notificações de promoções: Reduzir estímulos pode ajudar a evitar compras impulsivas;
● Priorize conhecimento financeiro: Invista tempo em aprender sobre planejamento financeiro, taxas de juros e formas de crédito mais vantajosas.
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