Projeção indica que o país pode superar 1,2 milhão de médicos até 2030
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| Divulgação/CNJ |
São Paulo, 6 de outubro de 2025 - Um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostra que o Brasil vive uma nova fase de expansão no ensino médico. Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de 77 novos cursos de Medicina, totalizando 4.412 vagas de graduação. No mesmo período, outros 20 cursos já existentes tiveram suas turmas ampliadas, o que representou 1.049 vagas adicionais.
No total, o país ganhou 5.461 novas vagas em menos de dois anos. Com isso, o Brasil chega a 494 escolas médicas em 2025, com 50.974 vagas anuais de graduação, das quais 80% estão em instituições privadas.
A análise, que utilizou dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), foi realizada pelo grupo de pesquisa Demografia Médica no Brasil, coordenado pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, com a participação dos pesquisadores Ivan Hossni e Cristiane Almeida.
O grupo avaliou 197 portarias publicadas no Diário Oficial da União (152 referentes a pedidos de novos cursos e 45 a aumentos de vagas), excluiu os pedidos indeferidos e cruzou as informações com o sistema e-MEC, base pública do Ministério da Educação, para calcular o total de cursos e vagas de graduação de medicina no país.
EXPANSÃO REGIONAL
A região Nordeste concentrou 43% das novas vagas (2.365), seguida pelo Sudeste (1.225), Norte (835), Sul (729) e Centro-Oeste (307). Os estados que mais receberam novos cursos foram Pará, Bahia e São Paulo, com oito cada. Entre as capitais, destacam-se São Luís (MA), que sozinha obteve cinco autorizações, e Belém (PA), Teresina (PI) e Boa Vista (RR), com dois cursos cada.
Entre os municípios do interior, chamaram atenção aqueles que receberam duas autorizações simultâneas: Feira de Santana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sobral (CE), Tianguá (CE), Cariacica (ES), São Mateus (ES), Ariquemes (RO), Santarém (PA) e Joinville (SC).
“Essa expansão reflete tanto o lobby do setor privado da educação e a pressão de prefeitos e parlamentares dos municípios beneficiados, quanto diferentes fluxos e marcos regulatórios que orientam os processos de abertura de cursos ou ampliação de vagas, que podem seguir a lei Mais Médicos, ações judiciais ou portarias do MEC”, explica o Prof. Dr. Mário Scheffer.
IMPACTOS NO SISTEMA DE SAÚDE
SOBRE A DEMOGRAFIA MÉDICA
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