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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Vem de Donald Trump o possível "Lula 4"?

Análise de Elias Tavares, cientista político



A inesperada ligação entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump abre uma leitura provocativa: será dos Estados Unidos que poderá vir o impulso político que fortaleça Lula rumo a um eventual “Lula 4”? A questão ganha relevância porque, em poucos dias, o presidente brasileiro transformou uma crise em ativo político e saiu à frente em um tabuleiro dominado por tensões ideológicas.

Quando a Casa Branca anunciou tarifas duras contra produtos brasileiros, Lula reagiu com firmeza, evocando a defesa da soberania nacional. O gesto projetou sua imagem de estadista capaz de enfrentar pressões externas e falar em pé de igualdade com a maior potência do mundo. Essa postura inicial lhe deu vantagem política e ressonância popular, em especial diante de uma sociedade cansada de ver o Brasil tratado como coadjuvante.

Agora, o movimento seguinte surpreende: Lula e Trump líderes populistas de espectros opostos abriram um canal de diálogo direto, com troca de contatos pessoais. O gesto, para além da diplomacia, tem força simbólica: reposiciona o Brasil no tabuleiro geopolítico e sinaliza pragmatismo político de ambos os lados.

O efeito interno é imediato. O bolsonarismo perde espaço: Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo sempre apresentaram-se como os únicos com interlocução junto a Trump. A ligação de Lula desmoraliza essa narrativa. Bolsonaro não foi citado, tampouco Alexandre de Moraes, antes central na polêmica da Lei Magnitsky. Quem aparece fortalecido é o próprio presidente Lula, que mostra habilidade em neutralizar adversários e redesenhar pontes internacionais.

Esse cenário pode produzir impacto direto nas pesquisas de opinião. É plausível que a avaliação do governo Lula registre melhora nas próximas semanas, justamente a partir de um movimento que ninguém imaginava: o apoio indireto de Donald Trump.

Ao fim, a provocação que lanço é esta: pode vir dos Estados Unidos, pelas mãos de Trump, o combustível inesperado para a consolidação de Lula e a pavimentação do caminho rumo a um “Lula 4”?

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