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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Uniões consensuais superam casamentos formais pela primeira vez, mostra Censo 2022

Em 2022, 51,3% da população de 10 anos ou mais do país viviam em união conjugal. Em 2010, eram 50,1% e, em 2000, 49,5%.

De 2000 a 2022, cresceram os casamentos somente no civil e as uniões consensuais e caíram os casamentos no civil e religioso e apenas no religioso - Foto: Yanaly/freepik


Os dados do Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família: Resultados preliminares da amostra, divulgados nesta terça-feira (5) pelo IBGE, revelam uma mudança histórica nos hábitos conjugais dos brasileiros: pela primeira vez, as uniões consensuais superaram os casamentos formais. Mais da metade da população com 10 anos ou mais — 51,3%, ou 90,3 milhões de pessoas — vivia em algum tipo de união conjugal em 2022.


Do total, 38,9% estavam em uniões consensuais (quando o casal vive junto sem formalização civil ou religiosa), enquanto 37,9% estavam casados no civil e/ou religioso. Em 2000, o cenário era o oposto: quase metade (49,4%) vivia casada no civil e religioso, e apenas 28,6% em união consensual.


O levantamento mostra que os casamentos apenas no civil e as uniões consensuais cresceram nas últimas duas décadas, enquanto diminuíram as uniões formalizadas no civil e religioso e também os casamentos apenas religiosos, que recuaram de 4,4% em 2000 para 2,6% em 2022.


Menos casamentos formais, mais dissoluções


A proporção de pessoas que não vivem em união conjugal, mas já viveram, também aumentou: de 11,9% em 2000 para 18,6% em 2022 — um crescimento de 56,3% no período. Em contrapartida, caiu o número de pessoas que nunca se uniram: eram 38,6% em 2000, 35,4% em 2010 e 30,1% em 2022.


Entre os estados, Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%) apresentaram os maiores percentuais de pessoas vivendo em união conjugal. Já Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%) tiveram os menores.


O Rio de Janeiro se destacou por registrar o maior percentual de pessoas que passaram por dissolução conjugal (21,4%), seguido por Bahia (20,4%) e Sergipe (20,1%). Os menores índices foram observados em Santa Catarina (16,1%), Pará e Mato Grosso (16,9% cada).


Mulheres ainda se unem mais jovens, mas diferença diminui


Os dados indicam que as mulheres continuam a se unir em idades mais jovens que os homens, embora a diferença tenha diminuído. Em 2022, entre os 10 e 39 anos, 42,9% das mulheres viviam em união, contra 35,8% dos homens.


A partir dos 40 anos, o cenário se inverte: 23,2% dos homens permaneciam unidos, ante 23,1% das mulheres. Entre os idosos (60 anos ou mais), a diferença aumenta — 22,5% dos homens ainda viviam em união conjugal, enquanto apenas 16,7% das mulheres estavam nessa condição.


Idade à primeira união cresce e chega a 25 anos


A idade média à primeira união tem se elevado gradualmente nas últimas décadas. Em 1980, os brasileiros se uniam, em média, aos 24,1 anos; em 2010, aos 24,4 anos; e, em 2022, passaram a se unir aos 25 anos.


Os homens continuam se unindo mais tarde, mas a diferença entre os sexos vem caindo. Em 2000 e 2010, a média era de cerca de três anos; em 2022, reduziu-se para 2,7 anos.


A Região Sudeste apresentou as maiores idades médias ao se unir pela primeira vez — 25,9 anos no geral, sendo 27,2 para homens e 24,6 para mulheres.


Os dados do IBGE revelam um Brasil cada vez mais plural nas formas de amar e viver a dois, com menos casamentos formais, mais uniões consensuais e uma tendência de adiamento das uniões, reflexo de mudanças culturais, econômicas e do papel da mulher na sociedade.

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