O Programa Ronda do Quarteirão, criado e extremamente divulgado pelo Governo do estado do Ceará, está sendo mais uma prova que não se resolve o problema da violência social com repressão policial. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os casos de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) aumentaram, por exemplo, em 33% entre os anos de 2011 e 2012, passando de 2.667 para 3.571 assassinatos. Movimento bem semelhante são os gastos com segurança pública. Em 2011, a verba ficou em R$ 964 milhões (4,88% do orçamento) e, em 2012, passou para R$1,4 bilhão, 7,51% do total.
O Ronda funciona apenas como instrumento para que os números da violência aumentem, atua como vigilância ostensiva e repressiva e por isso mantém de perto essa vigilância, a repressão policial e a vigilância cada vez mais insistente faz com que cresça a própria violência. Essa violência que se espalha pelas cidades brasileira é apenas um fruto do próprio modelo econômico e da grande desigualdade social. A delinquência é fruto do capitalismo.
Se o governador do Ceará e qualquer outro quiserem mesmo diminuir a violência tratarão de fazer uma série de reformas sociais, como investir os recursos jogados no bolso de empresários com o Ronda em educação, reduzir as desigualdades sociais, parar de fazer grandes obras apenas para mostrar na televisão e por exemplo, fazer uma reforma agrária. Dados da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) e da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) do Estado do Ceará mostram que O gasto básico mensal com um preso é pelo menos cinco vezes maior do que a despesa com um aluno da rede estadual de ensino do estado.
O pior é que essa violência tende a se tornar cada vez mais lucrativa, com as privatizações dos presídios, as internações de viciados em drogas nas clínicas privadas, além dos bons lucros para as TV´S com seus shows de sensacionalismo nos programas policiais.
Com diário do Nordeste e Jangadeiro on line do Ceará
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