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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Egito: Objetivo do Exército é acabar com a Revolução

O brutal massacre que o Exército e a polícia estão a cometer é um ensaio geral sangrento para a liquidação da Revolução Egípcia. O seu alvo é quebrar a vontade revolucionária de todos os egípcios que lutam pelos seus direitos, afirmam os Socialistas Revolucionários egípcios.
Os que entraram no governo de Al-Sissi têm as mãos sujas de sangue, dizem os socialistas revolucionários egípcios. Foto de Mosa'ab Elshamy
Declaração dos Socialistas Revolucionários egípcios sobre o massacre do Cairo.
Abaixo o regime militar! Abaixo Al-Sissi, o líder da contra-revolução!
A dissolução sangrenta dos acampamentos na praça Al-Nahda e Raba'a al-Adawiyya não é mais que um massacre – preparado com antecedência. O seu objetivo é liquidar a Irmandade Muçulmana. Mas é também parte de um plano para liquidar a Revolução Egípcia e restaurar o Estado militar-policial do regime de Mubarak.
Os socialistas revolucionários não defenderam o regime de Mohamed Morsi e a Irmandade Muçulmana por um só dia. Estivemos sempre nas primeiras linhas da oposição a esse governo criminoso e fracassado que traiu os objetivos da Revolução egípcia. Um governo que até protegeu os pilares do regime de Mubarak e o seu aparato de segurança, as forças armadas e os empresários corruptos. Participámos fortemente na onda revolucionária de 30 de junho.
Nem defendemos por um só dia os acampamentos da Irmandade e a sua tentativa de levar Morsi de volta ao poder.
Mas temos de pôr os acontecimentos de hoje no seu contexto, que é a sua utilização para esmagar as greves dos trabalhadores. Também vemos a nomeação dos novos governadores provinciais – largamente originários das fileiras dos resquícios do velho regime, da polícia e dos militares generais. Depois há também as políticas do governo do general Abdel Fatah Al-Sissi. Adotou uma agenda hostil aos objetivos e reivindicações da Revolução Egípcia, que são liberdade, dignidade e justiça social.
Este é o contexto para o brutal massacre que o Exército e a polícia estão a cometer. É um ensaio geral sangrento para a liquidação da Revolução Egípcia. O seu alvo é quebrar a vontade revolucionária de todos os egípcios que lutam pelos seus direitos, sejam trabalhadores, pobres, ou a juventude revolucionária, criando um Estado de terror.
Contudo, a reação da Irmandade Muçulmana e dos Salafitas de atacar os cristãos e as suas igrejas, é um crime sectário que apenas serve as forças da contra-revolução. A suja tentativa de criar uma guerra civil, na qual os cristãos egípcios cairão vítimas dos reacionários da Irmandade Muçulmana, tem a cumplicidade do Estado de Mubarak e de Al-Sissi, que nunca, por um único dia, defenderam os coptas e as suas igrejas.
Opomo-nos firmemente aos massacres de Al-Sissi e à sua feia tentativa de abortar a Revolução Egípcia. Porque os massacres de hoje são o primeiro passo na via da contra-revolução. Opomo-nos com a mesma firmeza aos ataques aos cristãos egípcios e à campanha sectária que serve apenas os interesses de Al-Sissi e o seu projeto sangrento.
Mutos que se apresentam como liberais e de esquerda traíram a Revolução Egípcia, a começar pelos que entraram no governo de Al-Sissi. Venderam o sangue dos mártires para lavar os militares e a contra-revolução. Esta gente tem as mãos sujas de sangue.
Nós, os socialistas revolucionários, nunca nos desviaremos por um só instante do caminho da Revolução Egípcia. Nunca faremos compromissos sobre os direitos dos mártires revolucionários e o seu sangue puro: os que caíram confrontando Mubarak, os que caíram confrontando o Conselho Militar, os que caíram confrontando o regime de Morsi, e os que caem agora confrontando Al-Sissi e os seus cães.
Abaixo o governo militar!
Não ao regresso do velho regime!
Não ao regresso da Irmandade!
Todo o poder e riqueza para o povo.
Os Socialistas Revolucionários
14 de agosto de 2013
Reproduzido de Socialist Worker
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net

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