O Tio Sam é o Big Brother - Blog A CRÍTICA

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Tio Sam é o Big Brother


Na Obra 1984 George Orwell descreve a vida sob vigilância permanente em um Estado Totalitário. O livro publicado em 1949 relata em romance o avanço tecnológico sendo usado pelo Estado oligárquico na tentativa absoluta de não permitir opiniões contrárias ao que o partido controla; o personagem principal, Winston Smith, é um funcionário do Partido e trabalha com a falsificação de documentos, o texto demonstra o interesse do partido em controlar a vida  e em manipular a história. A tecnologia aparece nesse controle com a Teletela, um equipamento que transmite a propaganda oficial do regime, mas que também capta o que acontece no ambiente e emite comandos. A imagem do partido se apresenta sob a forma do Big Brother (Grande irmão) uma figura simbólica, na verdade o Partido burocrático era o governo, e não uma figura humana, seria como o Tio Sam que representa o imperialismo americano.
Winston inicia uma revolução particular contra o domínio do partido, procurando decifrar a história como realmente ela foi e ao lado de Julia, sua parceira, também é membro do partido, os dois são incentivados por O'Brien que se passa por dissidente do partido, mas que no final descobre-se que O'Brien incentivava a Revolta, não era membro da Confraria, um suposto grupo fantasiado, e já havia vigiando a vida de Winston há 7 anos, incentivava para fomentar e reprimir a revolta. O'Brien preside as sessões de tortura depois de Winston ter sido preso.

No livro, em 1984 o Mundo estaria dividido em três países, Oceânia, onde vive Winston, Eurásia e Lestásia. Oceânia precisava estar sempre em Guerra, só que haviam mudanças, uma hora Oceânia estava em guerra com a Lestásia e era aliada com a Eurásia, em outro momento era o contrário, tal qual os Estados Unidos precisam hoje do terrorismo, outrora da Guerra Fria, para justificar suas intervenções e ocupações.

Não 1984 mas em 2013 a história da George Orwell se assemelha à vida real, não dentro de um Estado Totalitário, mas sim em um Mundo, no que diz respeito à política internacional, um Mundo ditatorial. Não a teletela mas a internet controlada por uma Agência dos Estados Unidos, Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), e um funcionário do Governo que tenta dominar o Mundo, Edward Snowden, no papel de Winston.

Foi em 2013 que o mundo ficou conhecendo um esquema de espionagem Global consistente em vigiar cidadãos e governos através da Internet, Redes sociais,  NSA e ao FBI, através do programa PRISM, tem o acesso aos servidores de  grandes empresas globais  da Internet: Microsoft, Yahoo, Gogle, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple. Outros programas, como o Farview, dão acesso às comunicações de outros países. Boa parte da vigilância se reduz a fatores econômicos (Lucro das empresas americanas).

Não é mais preciso às potências irem até os territórios e os mantê-los sob seu governo direto, como era na época do Colonialismo na América e do Imperialismo na África e na Ásia, as potências conquistavam o território e os mantinham como posse em forma evidente; hoje a situação é diferente neste aspecto, os territórios são tidos como países independentes, bastando-se que os interesses das potências econômicas sejam respeitados.

No livro "O que o Tio Sam Realmente Quer" o linguista americano, Noam Chomski, revela através de documentos do governo americano, como a política externa daquele país conspira para que seu domínio se perpetue, inclusive, deixando de lado valores como Democracia e desenvolvimento social.

"As meta básicas dos estrategista (do governo dos EUA), insistentemente repetidas, eram evitar que os 'ultranacionalistas' (Evo Morales, Rafael Corrêa , hoje, por exemplo) tomassem o poder, se por um golpe de sorte eles chegassem ao poder, retirá-los e instalar ali governos que favorecessem os investimentos privados do capital interno e externo, a produção para exportação e o direito de remessa de lucros para fora do país." (Chomski, Pag: 25).

Chomski relata ainda nesse mesmo livro como os Estados Unidos fizeram alianças com ex-genarias do exército nazista para evitar que se construísse na Europa governos sob ideias típicas da resistência francesa, por exemplo, mais sintonizadas com direitos sociais, o Plano Marshal seria a política para isso.

"A ordem da Direita tradicional tinha que ser restabelecida (após a II Guerra Mundial), com a dominação das empresas, com a divisão e o enfraquecimento dos sindicato e com o peso da reconstrução sendo colocado inteiramente nos ombros da classe trabalhadora e dos pobres.

O principal obstáculo no caminho era a resistência antifascista. Nós (EUA), então a reprimimos no mundo inteiro e instalamos em seu lugar lugar, na maioria das vezes fascistas e ex-colaboradores nazistas." (Chomski. p. 18).


Quanto à manipulação informacional, controle comum de país totalitários, usa-se da repetitividade de informações favoráveis, e a restrição aos meios. Fatores como estes são colocadas na lógica americanista inxistentes e reina a liberdade de imprensa, mas Chomski demostra que em Países como El Salvador a destruição e a instalação de um regime Militar no país patrocinada pelos EUA não fora noticiada nos Jornais americanos. Nesse caso a manipulação é feita em cima dessa liberdade de imprensa.

Seria Possível um mundo Democrático nas relações políticas entre as nações? Se não fossem os EUA seria outro país a exercer esse domínio? Como fazer a cidadania Global se sobrepor ao lucro? Quando os americanos fazer isso levam em conta o seu país e se levassem em conta o Mundo? É possível construirmos essa mentalidade de Terra-Pátria?

Referência:

CHOMSKI, Noam. O Que o Tio Sam Realmente quer.Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999.





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