As cotas atiçam o racismo? - Blog A CRÍTICA

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sábado, 8 de março de 2014

As cotas atiçam o racismo?

O discurso acerca das políticas de cotas está polarizado no Brasil, da seguinte maneira: é de esquerda o defende, e quem é direita é contra, não preocupados com racismo, mas apenas com a questão político-eleitoral, como o discurso se blindara politicamente, como diz Touraine populismo de direita sempre existiu, mas pautado, essencialmente,em absurdos moralísticos. Afora essa polarização o que resta saber é omo fica a questão do racismo.

O que se quer visualizar agora, depois de instituídas essas políticas e seus reflexos na sociedade, sabendo que quando uma teoria se torna prática ela pode trilhar caminhos diferentes do esperado, Edgar Morin chama isto de "ecologia da ação".

Nas últimas semanas de forma surpreendente, ou pode ser coincidência, mas houve casos de insultos racistas em partidas de futebol no Rio Grande do Norte, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Norte, contra o goleiro do América, Dida; no Rio Grande do Sul contra o árbitro Márcio Chagas da Silva e, em São Paulo contra o jogador Santista, Arouca.

Esse caso do Rio Grande do Norte é o mais expressivo, aqui predomina o racismo "escondido", uma manifestação assim significa uma variação.

Um dos nomes mais conhecidos contra as cotas no Brasil é o do sociólogo Demétrio Magnoli, segundo ele o fato de o indivíduo ter que se definir dentro de determinada "categoria" racial por si só fundamenta a criação de um racismo "cultural".

Do outro lado está o ponto de vista de que o racismo escondido é pior pois tende a manter o statu quo da exclusão. Blindada politicamente surge aí uma querela infindável.

Veja só, se não houvessem "afirmações" para os povos indígenas, uma minoria, certamente, estes já teriam desaparecido do país, e vemos como funciona as demarcações em alguns pontos, como no Xingu, luta de Darcy Ribeiro, Irmãos Vilas-Boas e Cacique Raoni, por exemplo. Em seu livro Uma Gota de Sangue, Magnoli critica a demarcação contínua da terra Raposa Serra-do-Sol em Roraima, dentro do argumento segundo o qual uma demarcação desse tipo segregaria um grupo dentro de multiculturalismo.

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