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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Relator fala sobre relação entre crise hídrica e doenças como a dengue

Representante da ONU para o direito à água, Léo Heller quer colocar "um olhar de direitos humanos" sobre a situação no Brasil; para ele, é preciso uma gestão cuidadosa, para proteger população mais pobre e evitar propagação de doenças.
O relator da ONU falou sobre a preocupação com o acesso universal à água. Foto: Banco Mundial/Arne Hoel
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O relator especial das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento está em Nova York, na sua primeira visita oficial desde que foi nomeado para o cargo, em novembro.
O brasileiro Léo Heller conversou com a Rádio ONU sobre a preocupação com o acesso universal à água, ou seja, para que todas as pessoas tenham direito ao recurso até 2030.
Vigilância
O relator também voltou a avaliar a crise hídrica em vários estados do Brasil e chamou a atenção para o fato de que a falta de água contribui para a propagação de doenças. Na avaliação de Léo Heller, é preciso haver intensificação da vigilância em saúde.
"Nós já temos percebido em algumas cidades brasileiras um aumento no registro do número de casos de dengue, que pode estar muito associado à forma como a população armazena água, com receio de faltar água no dia seguinte. E a deterioração da qualidade da água e a diminuição da quantidade da água podem se agravar, se intensificar e provocar um conjunto de desfechos na saúde, que incluem diarreia, outras doenças infecciosas e verminoses."
Para o relator da ONU sobre o Direito à Água e ao Saneamento, medidas como o racionamento de água devem ser evitadas, porque acabam afetando as pessoas mais pobres, que vivem em zonas rurais ou em favelas e também os moradores de rua.
Manejo
À Rádio ONU, Léo Heller destacou que uma crise causada pela falta de chuvas não deveria ter se convertido num problema de abastecimento de água.
"É possível que você tenha períodos de grande estiagem sem comprometer o acesso às pessoas. Neste caso, um planejamento mais refinado, mais avançado, poderia ter evitado que o problema acontecesse. É muito possível que medidas mais estruturais não consigam ser adotadas no ano de 2015, porque tivemos pouca chuva na região sudeste. É muito importante ter uma cuidadosa gestão da crise do abastecimento de água."
No seu primeiro ano como relator especial para o Direito à Água e ao Saneamento, Léo Heller deve visitar um país na Ásia Central e outro no sul da África, provavelmente Tajiquistão, Zâmbia ou Botswana.

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