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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

FAO: 17% das raças de animais de pecuária estão em risco de extinção

Agência da ONU pede mais esforços para que os recursos genéticos sejam usados de forma mais sustentável; entre 2000 e 2014, quase 100 raças foram extintas.
Segundo José Graziano da Silva, 70% dos pobres que vivem em áreas rurais dependem da pecuária. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, divulgou esta quarta-feira um relatório sobre recursos genéticos animais. O documento revela que 17% (ou 1,458) das espécies de animais de pecuária correm risco de extinção.
Já o status de 58% das raças é desconhecido devido à falta de dados no tamanho e na estrutura de suas populações. E quase 100 espécies da pecuária foram extintas entre 2000 e 2014.
Europa e América
Pelo estudo da FAO, o cruzamento de raças é a principal causa da extinção. Outras ameaças à diversidade genética dos animais são: políticas fracas regulando o setor da pecuária, declínio dos sistemas tradicionais de produção e negligência de espécies que não são consideradas competitivas.
Europa e América do Norte são as duas regiões do mundo com as maiores proporções de espécies em risco. A FAO explica que em ambas as áreas, a indústria é altamente especializada, com a utilização de um pequeno número de raças para a produção.
O diretor-geral da agência da ONU declarou que "por milhares de anos, animais domesticados como ovelhas, galinhas e camelos, têm contribuído para o sustento e a segurança alimentar de milhões de pessoas".
Desafios
Segundo José Graziano da Silva, 70% dos pobres que vivem em áreas rurais dependem da pecuária. Ele explica que a diversidade genética é um pré-requisito de adaptação diante de desafios. Mas os recursos genéticos precisam ser utilizados para a promoção da segurança alimentar global.
Entre os desafios futuros estão mudança climática, doenças, pressão sob a terra e a água e mudanças na demanda dos mercados. A FAO calcula que 38 espécies e mais de 8,7 mil raças separadas de aves e mamíferos são utilizadas na agricultura e produção de alimentos.
O estudo contou com a participação de 129 países e segundo a agência, os governos estão cada vez mais reconhecendo a importância do uso sustentável de recursos genéticos na pecuária.
Tendências
Segundo a FAO, produtores de países em desenvolvimento estão importando material genético como forma de melhorar a produtividade de suas criações, por exemplo, aumentando a produção de leite.
O sul da Ásia e a África estão no centro do crescimento do consumo de leite e de carne. Nessas regiões se encontram muitos pecuaristas de pequeno porte.
A agência revela que a tendência preocupa, porque aumentos similares em outras regiões do mundo fizeram com que as produções desses pecuaristas dessem lugar à produção em larga escala, que utiliza um número mais limitado de raças.
O relatório indica a necessidade de maior colaboração internacional em prol do futuro da biodiversidade da pecuária.

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