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segunda-feira, 18 de abril de 2016

São filhos da puta

Luiz Rodrigues

A vida é filha da puta
A puta, é filha da vida

Nunca vi tanto filho da puta
Na puta da minha vida



Manuel Maria Barbosa du Bocage


Ontem o programa do Sílvio Santos, que aliás faz jogos onde se paga 50 reais a famosos apresentadores com grandes fortunas, teve, segundo sites especializados em programação de TV, uma das melhores audiências em virtude de as outras emissoras terem transmitido a demorada votação na Câmara dos Deputados que dera prosseguimento para o Senado do pedido de  impeachment da chefe do executivo nacional, Dilma Rousseff.

Isso ocorre certamente pelo altamente irritante ser a transmissão de mencionada sessão nas demais emissoras; os políticos brasileiros são concebidos com muito entusiasmo pelo povo brasileiro mas depois de nascidos (eleitos) eles não são assumidos; são ou feitos em bordéis ou por intercessão sagrada: ou com inúmeros pais ou sem pais nenhuns. 

"Essas crias tão feias não são minhas" - a sessão de ontem tem sua importância por revelar ao país gente nunca vista; o parlamento é chefiado por uns 20 membros que conduzem as discussões importantes, aos demais resta apenas os bastidores, os gabinetes e as emendas parlamentares. E se manifestavam como são eleitos nas cidades, uma gritaria festiva de sedução erótico-eleitoral.

Eu mesmo assisti ao jogo das semi-finais da Copa do Nordeste entre Bahia x Santa Cruz onde o time pernambucano chegou pela primeira vez às finas da competição; assisto as TV´s legislativas com certa frequência, mas não tive disposição de acompanhar todos os 513 sim ou não.

Mas voltemos ao tema; é um mistério a relação entre os brasileiros e os seus políticos (afastando a farsa histórica da representação, representação não existe, existe dever de mandato); na hora de fazer há sempre muita graça, entusiasmo, fantasias de futuros prósperos, mas na hora de assumir entrega-se aos benevolentes orfanatos parlamentares, sim todos passam pelos parlamentos, o executivo é momento estratégico.

Nessa nação de tantos órfãos com poderosas disposições regimentais, uma tarde de domingo sem futebol pode ter sido uma tarde de renegação, uma tarde de domingo em que se pudera ou se deixara de compreender a concretude de um momento, quem sabe, de embriaguez.

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