Pela primeira vez, uma missão da NASA consegue observar interação entre campos magnéticos no espaço, que pode causar tempestades espaciais que conseguem derrubar satélites e o seu impacto é sentido até na superfície terrestre.
Representação artística da missão Magnetosférica Multiescala da NASA, ilustrando o Sol (à esquerda), a Terra (à direita), a interação entre campos magnéticos e quatro sondas da NASA, fonte: NASA. |
Pela primeira vez, os cientistas estão olhando para dados reais - não modelos de computador, mas a observação direta - sobre o que está acontecendo na região fascinante onde ocorrem as quebras de campo magnético da Terra e, em seguida, junta-se com o campo magnético interplanetário.
Eles não sabem exatamente o que esta nova janela da ciência abrirá para nós - que é a emoção da descoberta e, para alguns, a parte assustadora, também.
É um salto gigantesco para a física de plasma.
O estudo foi publicado na revista Science e tem co autoria pela Universidade de Maryland e descreve pela primeira vez uma observação direta e detalhada de um fenómeno descrito como reconexão magnética, que ocorre quando linhas de campo magnético de dois campos magnéticos opostos se separam e reconfiguram, libertando quantidades massivas de energia.
Os dados apontam para que a reconexão magnética seja responsável por erupções solares, ejeções de massa coronal, tempestades magnéticas e pelas auroras austrais e boreais observadas nos pólos terrestres, que os cientistas esperam conseguir perceber melhor. Erupções solares são, como o nome indica, explosões na superfície do Sol, são causadas por mudanças no campo magnético e podem causar altos níveis de radiação no espaço sideral. Ejeções de massa coronal são erupções de gás a alta temperatura, vindo da coroa solar; quando atinge o campo magnético terrestre este gás, na forma de vento solar, pode causar tempestades geomagnéticas, afetando meios de comunicação e estações elétricas. Por último, tempestades magnéticas são perturbações temporárias do campo magnético terrestre, causadas por uma onda de choque do vento solar e/ou uma nuvem magnética que interage com o campo magnético da Terra.
Nunca nenhuma missão tinha conseguido fazer observações tão precisas como estas e o simples facto de se observar a reconexão em detalhe foi um marco importante. No entanto, o principal objetivo da missão é ir mais longe do que a simples observação do fenómeno e determinar porque razão as linhas de campo magnético se separam em primeiro lugar, permitindo a reconexão e a libertação de energia. Para tal, os cientistas pretendem medir o comportamento dos eletrões num momento de reconexão para permitir uma descrição mais precisa de como se processa o fenômeno. Em particular, a equipa procurará saber se o processo se dá de forma calma e “ordeira” ou de forma turbulenta, num remoinho de energia e partículas.
Universidade de Delawere e Esquerda.net
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