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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Salto gigante da física de plasmas

Pela primeira vez, uma missão da NASA consegue observar interação entre campos magnéticos no espaço, que pode causar tempestades espaciais que conseguem derrubar satélites e o seu impacto é sentido até na superfície terrestre.

Representação artística da missão Magnetosférica Multiescala da NASA, ilustrando o Sol (à esquerda), a Terra (à direita), a interação entre campos magnéticos e quatro sondas da NASA, fonte: NASA.

Pela primeira vez, os cientistas estão olhando para dados reais - não modelos de computador, mas a observação direta - sobre o que está acontecendo na região fascinante onde ocorrem as quebras de campo magnético da Terra e, em seguida, junta-se com o campo magnético interplanetário.

Eles não sabem exatamente o que esta nova janela da ciência abrirá para nós - que é a emoção da descoberta e, para alguns, a parte assustadora, também. 

É um salto gigantesco para a física de plasma.

O estudo foi publicado na revista Science e tem co autoria pela Universidade de Maryland e descreve pela primeira vez uma observação direta e detalhada de um fenómeno descrito como reconexão magnética, que ocorre quando linhas de campo magnético de dois campos magnéticos opostos se separam e reconfiguram, libertando quantidades massivas de energia.

Os dados apontam para que a reconexão magnética seja responsável por erupções solares, ejeções de massa coronal, tempestades magnéticas e pelas auroras austrais e boreais observadas nos pólos terrestres, que os cientistas esperam conseguir perceber melhor. Erupções solares são, como o nome indica, explosões na superfície do Sol, são causadas por mudanças no campo magnético e podem causar altos níveis de radiação no espaço sideral. Ejeções de massa coronal são erupções de gás a alta temperatura, vindo da coroa solar; quando atinge o campo magnético terrestre este gás, na forma de vento solar, pode causar tempestades geomagnéticas, afetando meios de comunicação e estações elétricas. Por último, tempestades magnéticas são perturbações temporárias do campo magnético terrestre, causadas por uma onda de choque do vento solar e/ou uma nuvem magnética que interage com o campo magnético da Terra.

Nunca nenhuma missão tinha conseguido fazer observações tão precisas como estas e o simples facto de se observar a reconexão em detalhe foi um marco importante. No entanto, o principal objetivo da missão é ir mais longe do que a simples observação do fenómeno e determinar porque razão as linhas de campo magnético se separam em primeiro lugar, permitindo a reconexão e a libertação de energia. Para tal, os cientistas pretendem medir o comportamento dos eletrões num momento de reconexão para permitir uma descrição mais precisa de como se processa o fenômeno. Em particular, a equipa procurará saber se o processo se dá de forma calma e “ordeira” ou de forma turbulenta, num remoinho de energia e partículas.

 Universidade de Delawere e Esquerda.net

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