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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A corporação Castrista do mal na América Latina

Na Venezuela e na Nicarágua, Cuba tem sob sua supervisão direta os mais altos níveis das Forças Armadas e das forças policiais

El cambio en Argentina supondrá previsiblemente un cambio en las relaciones continentales. En la imagen, Rafael Correa, Evo Morales, Néstor Kirchner, Cristina Fernández, Lula Da Silva, Nicanor Duarte y Hugo Chávez firman el acuerdo para la fundación de Banco del Sur. (CC)
Rafael Correa, Evo Morales, Néstor Kirchner, Cristina Fernández, Lula Da Silva, Nicanor Duarte e Hugo Chávez têm sido filiais do Governo de Habana segundo o autor. (CC)

A principal corporação do mal na América Latina tem uma história superior a 60 anos. Durante esse período, outras corporações ferozes apareceram em diferentes países, como a rede que, na época, constituía as ditaduras do Cone Sul e sua fracassada Operação Condor, mas não lograram permanecer no poder por tempo tão prolongado como o castrismo em Cuba.


Em 1º de janeiro de 1959, não apenas marca o início da criação da maior prisão que nosso continente teve, quase 110.000 quilômetros quadrados, onde cerca de 11,8 milhões de presos políticos sobrevivem, trancados e sujeitos a um sistema de vigilância opressivo; mas também uma era marcada pelos constantes esforços do castrismo para tirar proveito da riqueza, das economias e da fragilidade político-social do resto dos países do continente.

No início deste ano, quando o castrismo celebrou suas seis décadas no poder, os balanços publicados deixaram claro qual era a principal estratégia da corporação: criar mecanismos para coletar lealdades políticas e dólares com base na mentira mais falsa e engordada que foi criada e propagada ao longo do século XX, que em Cuba estava ocorrendo uma revolução, gestora de um novo homem, que se libertaria para sempre da dominação imperialista.

Essa ficção grotesca - reinventada, inventada, disfarçada de defesa dos direitos humanos ou do direito dos povos à sua autonomia - teve extraordinária eficácia e utilidade. Tem servido para que políticos, centros acadêmicos, intelectuais e ONGs criem uma servidão castrista. Foi o mecanismo que fundou e disseminou os movimentos de guerrilha na América Latina; foi o mecanismo para que, durante todos esses anos, "o problema de Cuba" dividisse os países das mais diversas formas. O castrismo, isso deve ser reconhecido, conseguiu ser o cerne do debate político no continente e sempre teve, pelo menos, o apoio de forças internacionais, embora tenham diminuído ao longo do tempo.

Mas, ao longo do curso, a corporação mudou substancialmente. Da fonte de ilusões que existia, principalmente nas décadas de 60 e 70, resultou em uma estrutura criminal considerável, com sede em Havana, de onde as diretrizes são ditadas às duas subsidiárias que, atualmente, controlam de forma direta: Venezuela e Nicarágua.


Ambas são essenciais para o regime cubano. A primeira constitui sua principal fonte de renda. A Venezuela não é apenas uma fornecedora de petróleo subsidiado, malas de dólares e uma quantidade incalculável de negócios que acaba de começar a ser investigada. O caso da Nicarágua, em sua escala, tem semelhanças. Além de importantes negócios, o país sob a ditadura de Ortega e Murillo funciona como um vertedouro e uma passagem para militares, conselheiros, espiões e oficiais que entram e saem de Havana por Manágua sem registros ou controle.


Mas a corporação do mal opera sob outros modelos. Possui franqueados como os governos de Rafael Correa no Equador, Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia, Lula Da Silva e Dilma Rousseff no Brasil. Ela tem cúmplices e lobistas políticos como Manuel López Obrador no México e Tabaré Vázquez no Uruguai. Possui uma entidade especializada em ativismo e propaganda, o Fórum de São Paulo, que demonstrou uma capacidade maligna de persuadir as boas consciências da Europa e de outras partes do mundo. Os tentáculos da corporação, após seis décadas, se espalharam pelo mundo para os lugares mais inesperados, por exemplo, entre algumas correntes do Partido Democrata dos Estados Unidos. Estes são apenas alguns dos elementos do lado A da corporação.

O lado B configura o poder sombrio da corporação cubana: alianças com narcocerrilhas do ELN e as FARC, narcotraficantes, organizações terroristas no Oriente Médio, traficantes de armas e senhores da corrupção que encontram refúgio e proteção naquele país.

Tanto na Venezuela como na Nicarágua, a corporação castrista tem supervisão direta nos níveis mais altos das Forças Armadas e das forças policiais. Eles são diretamente responsáveis ​​por estratégias, elaboração de planos de repressão e tortura, atividades de treinamento e inteligência destinadas às próprias instituições armadas. Aqueles que permitiram esse estado de coisas nos dois países, Hugo Chávez, Nicolás Maduro, Daniel Ortega e Rosario Murillo, traíram as leis, a soberania, os princípios essenciais de suas respectivas pátrias.

O objetivo da corporação do mal é inequívoco: permanecer no poder a qualquer custo. Portanto, ela não hesita quando reprime, tortura e mata dissidentes em seu próprio país, na Nicarágua e na Venezuela, nem se importa com as vidas que podem ser perdidas nas ruas do Equador, depois de ativar o plano de acabar com o governo democrático de Lenin Moreno.

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Nota Editorial: Miguel Henrique Otero é diretor do jornal venezuelano El Nacional.

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