Paulo Lotufo diz que os grupos de risco são as principais vítimas da doença, portanto, é importante que permaneçam em casa
Jornal da USP - No Brasil, segundo o mais recente boletim do Ministério da Saúde, 621 casos confirmados de covid-19 já foram registrados. Em todo o território nacional, medidas de prevenção têm sido tomadas, como campanhas de higiene, isolamento social, fechamento de comércios e recomendações para evitar grandes aglomerações. As medidas visam à diminuição da proliferação do vírus e, consequentemente, ao controle da doença na população.
O professor Paulo Lotufo, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, diretor do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da USP, sede do ELSA Brasil (maior estudo longitudinal de saúde do adulto no País), relembra a importância de levar as recomendações a sério: “Essa é uma questão que muita gente tem uma dificuldade imensa para entender. Cada pessoa, tomando cuidado com si própria, permitirá que os outros não se infectem”.
Lotufo destaca a importância de levar a doença causada pelo novo coronavírus a sério, já que não se trata de uma simples gripe, apesar das semelhanças, e tem feito milhares de vítimas em todo o mundo. Alerta também que, para procurar um pronto socorro ou unidade básica de saúde, é necessário constatar sintomas respiratórios, caso contrário a recomendação é o autoisolamento domiciliar, para evitar a proliferação do vírus. Segundo o professor, salas de espera de hospitais e emergências são lugares passíveis de contaminação, por isso temos que seguir a recomendação das autoridades e dos especialistas.
Sobre os grupos de risco, Lotufo comenta que “todos os estudos estão mostrando que quem tem doença respiratória prévia como asma e bronquite crônica, ou diabetes, possui chances maiores não só de se contaminar, mas de desenvolver quadro grave”, e complementa: “Sempre falo que quem tem doença crônica, ou toma remédio que diminui imunidade, precisa ficar afastado, independentemente da idade”. Em relação às grávidas, de acordo com o professor, ainda não se sabe os efeito do vírus sobre elas, mas os cuidados devem ser os mesmos. “É um pouco diferente da H1N1, onde elas eram um fator de risco grande. A H1N1 tinha predileção pelas grávidas mais do que as outras viroses. Mas, por definição, as grávidas devem sempre ser protegidas, por isso também devem ser colocadas em resguardo”.
Lotufo informa que o Elsa Brasil está disponível para responder eventuais dúvidas relacionadas à covid-19 pelo e-mail elsa@usp.br.
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