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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Sem internet, delegacias do Acre aguardam conexão via satélite do Governo Federal

A falta de conexão atinge quase todas as delegacias do estado e dificulta o trabalho da polícia. Falta de internet também ajuda a mascarar dados sobre criminalidade


Para tentar resolver a falta de conexão nas delegacias, o governo do Acre se uniu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para instalar internet via satélite nas unidades do estado. A situação atual da conexão da segurança pública do Acre é grave. Grande parte das delegacias sequer tem internet. E, para tentar driblar os problemas, ainda tiram do próprio bolso para custear a infraestrutura. Em algumas cidades, como Sena Madureira e Feijó, os policiais fizeram parcerias com empresários, cedendo o uso das antenas de rádio em troca da instalação da internet - uma solução de emergência, mas muito distante do ideal, já que pode comprometer a independência do trabalho dos agentes de investigação.

Depois de anos de dificuldades com conexão, no mês passado, o governo local fechou um contrato com uma operadora para prover internet em 20 delegacias do interior do estado pelo preço de R$ 34 mil reais por mês. Algumas chegariam a pagar mais de R$ 2 mil reais por mês pela internet. (Veja na arte) A justificativa dada pelo governo para o preço salgado é que o trabalho policial exige uma conectividade melhor do que a normal.

Segundo apurou o portal Brasil 61, estava em negociação também um contrato com a mesma operadora para as delegacias da capital Rio Branco, o que poderia elevar o custo mensal da conectividade para R$ 60 mil, valor que será poupado pela adesão do estado ao projeto do governo federal.

Enquanto a internet não chega, a segurança no Acre sofre pela falta de conectividade. Sem ela, policiais não conseguem utilizar o sistema unificado para registrar os Boletins de Ocorrência. Em vez disso, enviam documentos de uma delegacia para outra usando o 3G do celular pessoal ou levam os documentos físicos de uma unidade para outra, o que torna o processo lento.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Acre, Tibério César da Costa, dá um exemplo prático: os policiais usam um sistema online para registrar roubos e furtos de veículos e viabilizar uma reação rápida nas fronteiras do estado, que são rota de fuga de criminosos. “Eu só faço a inserção desse dado de roubo e furto se tiver internet e na madrugada a conexão fica difícil. Aqui no Acre tem uma peculiaridade de que, em uma hora você atravessa para território boliviano, de alguns municípios. Assim, você prejudica a vítima por conta de uma falha estrutural do estado”, explica.


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