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segunda-feira, 4 de abril de 2022

O idiota Vladimir Putin

Não sei como os think-tanks russos não percebem que a OTAN é um clube onde a "proliferação de armas nucleares" é proibida





por Carlos Alberto Montañer


Não acho que a Ucrânia possa aderir à OTAN. É triste mas verdade. O idiota Putin impede isso. Por que "idiota"? É uma palavra muito forte. "Idiota", porque o ex-agente da KGB está acorrentado a uma percepção geopolítica anterior à aviação supersônica e aos foguetes. Sua visão é de quando o mundo estava dividido em zonas de influência e fazia sentido cercar as nações com uma casca aparentemente impenetrável. Hoje foguetes supersônicos e armas nucleares, aos quais se soma o comércio internacional (por causa das "sanções"), tornam obsoleta a antiga visão das relações internacionais.


A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais (a Segunda Guerra foi um simples desdobramento da Primeira) estiveram sujeitas à mesma visão equivocada, mas não há mais o direito de errar. Afinal, a aviação estava em sua infância em 1914, quando o arquiduque Fernando, herdeiro do império austro-húngaro, e sua esposa, Sofia Chotek, foram assassinados em Sarajevo, o início sombrio do conflito que deixou 50 milhões de mortos, três impérios desmantelados – o austro-alemão, o russo e o turco – e um quarto, o britânico, lentamente se desvaneceu.


O que resta para a Ucrânia fazer se não puder entrar na OTAN? Construir armas atômicas, como a Coreia do Norte fez. Donald Trump não poupou a vida de Kim Jong-un por simpatia, mas porque não queria correr o risco remoto de um bombardeio cair em Nova York, São Francisco, Chicago ou Miami. Se a Ucrânia tivesse armas nucleares, outro galo cantaria, como aconteceu até a década de 1990.


Naquela época, eles foram devolvidos a Moscou por meio de um acordo do qual o Reino Unido e os Estados Unidos eram fiadores. Putin não ousaria arriscar Moscou ou São Petersburgo pela má ideia de invadir a Ucrânia. Esquece-se que a Ucrânia era o terceiro país do planeta com o maior número de ogivas nucleares: 1.900. Se ele tivesse guardado apenas uma dúzia, o quadro seria diferente. Claro que, depois de gerar essa devastação, a Ucrânia seria absolutamente destruída, mas a Rússia também seria muito afetada. 


Não sei como os think-tanks russos não percebem que a OTAN é um clube onde a "proliferação de armas nucleares" é proibida. Aqueles que os têm (EUA, Inglaterra e França) não têm interesse em que outros países os tenham. Se eu fosse o conselheiro de Putin, diria a ele que a Ucrânia está melhor dentro da OTAN do que fora dela. O mesmo acontece com as nações que constituíam a casca que supostamente protegia a URSS: Polônia, República Tcheca, Eslováquia (Tchecoslováquia), Romênia, Bulgária e os três países bálticos, todos intelectual e economicamente capazes de fabricar armas nucleares.


Tenho como certo que Vladimir Putin não quer retornar ao estágio coletivista da Rússia. Suponho que, na realidade, ele renunciou ao marxismo. Lembro-me que nos anos noventa a metáfora do "aquário" e da "sopa de peixe" era usada para afirmar que era muito difícil voltar ao estágio capitalista. Lembro-me também da fila de necessitados, quase todos idosos, com uma garrafa de vodka na mão, tentando vendê-la; ou o fato de o Uber, sem aplicativo , ter sido inventado em cidades russas, onde bastava parar um veículo e alugá-lo para levá-lo a algum lugar por um preço muito modesto.


De alguma forma, a metáfora do "aquário" e da "sopa de peixe" continua válida. Quase ninguém quer voltar ao coletivismo. De fato, foi muito difícil devolver à sociedade e ao mercado a capacidade de produzir, com as inevitáveis ​​diferenças que são geradas, e o fato de que, efetivamente, há perdedores e vencedores no modelo capitalista de produção. Isso tem a ver com o caráter do empresário, com os estudos, com a família que se tem, com os contatos, com os valores, com a moeda em que realizam as transações, mesmo com sorte, e com o resto os fatores que afetam os resultados. Às vezes são tão injustos quanto a aparência, incluindo raça, preferências sexuais, gênero e peso e tamanho do operador econômico. Não obstante,


Quando visitei Moscou, ouvi muitas vezes que "o peso da URSS deve ser tirado da Rússia". Achei um slogan muito inteligente. Nem os Estados Unidos nem o resto do "mundo livre", e o que quer que isso signifique, não têm outro peso que sua própria "qualidade social", o que significa que milhões de pessoas tentam entrar nesses países à medida que Quando Putin vai descobrir que matando chechenos, abecásios ou ucranianos ele não vai construir ou reconstruir nada, exceto seu próprio fracasso? Só por isso ele merece o título de idiota.

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