Eu já esperava. Os woke, disso não se deve duvidar, têm disposição. Vilipendiaram uma estátua de Luís da Câmara Cascudo, o maior de todos os potiguares, este território deixado de lado por lusos e por brasileiros, mas não por Cascudo, o provinciano incurável, que amava a sua Natal acima de tudo, nem a reitoria da Universidade de Brasília o fez abandonar sua terra. Mas os woke se julgam os justiceiros da história, eles não sabem o que é ser humano, eles não sabem que todas as épocas são repletas de ilusões, eles não entendem que até mesmo um gênio como Cascudo poderia se equivocar, imagine eles, fanatizados pelas mais tolas ilusões desta época onde tudo é passageiro.
Fiquei me perguntando ao ver as fotografias da estátua com as mãos tingidas de vermelho. Será que algum dos que fizeram o vandalismo, se foi um ou mais não sei, leu algum livro de Cascudo, eu duvido muito. Certamente mais tarde almejarão queimar livros. A atuação política de Cascudo não tem qualquer relevância diante da imensidão de sua obra. Não acho que se deva queimar estátuas de Karl Marx. Cascudo é um modelo de intelectual, professor e de dedicação pela vida cultural de sua cidade e de seu país. Indiscutivelmente um dos mais refinados intelectuais. Modelo de escritor. Texto perfeito, sem excessiva citação. Erudito, focado nos clássicos. Proseador em prosa científica.
Quando procurei ler Cascudo durante a graduação em Direito, na Biblioteca da UFRN em Caicó, não havia um volume sequer, em razão de os professores dos cursos das humanas, notadamente história, serem quase todos marxistas. Cascudo via a história como um prosseguir inafastável da civilização, nenhuma civilização morre, não é a história calcada por dicotomias, é a história da existência humana na terra, é ciência para excluir o exclusivo e não para fazer política. Os woke são fruto da micropolítica marxista, que faz política na ciência. História manipulável e seletiva. Espero que os livros de Cascudo não sumam das bibliotecas.
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