Por Rogério Santos (*)
A elevação de 0,5% da taxa básica de juros (Selic), para 13,25%, divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, torna o cenário mais desafiador para a compra de imóveis residenciais. Foi a décima-primeira alta consecutiva da Selic, e há sinalizações de que outro aumento deve ser anunciado, em agosto, pelo Copom.
Em linhas gerais, o aumento gradual da Selic de 2% – patamar de janeiro do ano passado – para 13% fez com que 4 milhões de famílias deixassem de ter renda qualificada para acessar o financiamento habitacional, segundo estimativa do coordenador do curso de Mercado Imobiliário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
A projeção considerou que o custo efetivo total (CET) do financiamento imobiliário sobe 1 ponto percentual a cada 2,3 pontos percentuais de alta da Selic e teve como base a busca de 80% de crédito para a compra de unidade de dois dormitórios com valor de R$ 250 mil.
Sabemos que a correção das taxas dos bancos que oferecem financiamento imobiliário com recursos da poupança não é automática e proporcional a cada variação da Selic, até porque as instituições monitoram o comportamento dos bancos concorrentes pelos clientes.
De qualquer forma, os rumos da taxa básica de juros do país, são o principal norte dos bancos para definirem os custos a serem cobrados. Isso indica que, com esse novo aumento, menos gente conseguirá enquadrar a parcela do crédito na fatia máxima de 30% da renda exigida para a liberação do financiamento.
O raciocínio vale, principalmente, para compradores da classe média. A baixa renda é atendida pelo programa habitacional Casa Verde e Amarela, com regras próprias de juros e subsídios, enquanto o público de alto padrão depende menos de financiamento por ter mais recursos próprios para aquisição de imóveis.
Juros maiores significam também incremento do valor total a ser pago pela unidade financiada. Conforme o perfil do comprador, taxas elevadas resultam na opção de deixar os recursos disponíveis em aplicações financeiras e continuar morando de aluguel. Na prática, podem levar à postergação do momento de o comprador apostar na segurança que investir em tijolo oferece.
Nesse contexto, a demanda por aluguel tende a crescer ainda mais. Em maio, as buscas por locação de imóveis residenciais da plataforma da UBlink cresceram 14 vezes mais do que a procura por unidades para compra. Com mais liquidez, o tempo médio de disponibilidade das unidades para aluguel tem caído na nossa plataforma.
Do lado da oferta, porém, observamos o movimento inverso. Na nossa base, há mais entrada de unidades residenciais para venda do que para aluguel.
Nossas décadas de experiência no setor imobiliário nos mostram que, de acordo com o cenário macroeconômico, a demanda tende a ser maior pela compra ou pelo aluguel de imóveis. Com atuação nas duas pontas, a UBlink foi criada para oferecer a melhor experiência aos clientes em qualquer momento do ciclo imobiliário em que o país estiver.
(*) Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink
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