Pré-candidata apresentou suas propostas em diálogo promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Pré-candidatos à presidência da República apresentaram suas propostas de governo em diálogo promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (29), em Brasília. O evento contou com as exposições dos pré-candidatos Simone Tebet, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro, atual presidente que busca a reeleição.
O diálogo teve como base as 21 Propostas da Indústria para as Eleições 2022, elaboradas por sugestões do empresariado, das federações da indústria dos estados e das associações setoriais da indústria. O documento apresenta propostas sobre temas relevantes para a indústria brasileira, como infraestrutura, tributação, política industrial, educação, meio ambiente e eficiência do estado.
Segundo o presidente da CNI, Robson Andrade, o objetivo é apresentar um “caminho para a construção de uma economia sólida e competitiva, que certamente se traduzirá em uma sociedade melhor e em uma qualidade de vida melhor para todos os brasileiros”.
Durante a apresentação, a pré-candidata à presidência e atual senadora Simone Tebet afirmou que seu projeto de governo está estruturado em um tripé: cuidado social, parceria com a iniciativa privada e economia verde e sustentável.
Cuidado Social
Entre as propostas, a senadora Simone Tebet afirma que seu governo vai focar em erradicar a miséria e a fome e diminuir a desigualdade social e a pobreza. “Para isso, [é necessário] um grande programa de transferência de renda permanente para as famílias que mais precisam. Mas com condicionantes, exigindo que as crianças estejam na escola, com vacina de carteira atualizada, e exigindo também que aquele jovem, aquela mulher e aquele trabalhador vão para um curso profissionalizante, para que possam sair da condição de miserabilidade e abrir vagas para outras famílias”.
A pré-candidata também defende a educação pública de qualidade, sob responsabilidade de todos os entes federados, inclusive da União. “A União tem que coordenar, trazer para si essa missão de garantir apoio aos municípios. E fazer uma política efetiva de implementar a nova reforma do ensino médio que aprovamos no Congresso Nacional”.
Segundo Simone Tebet, o novo ensino médio tem as condições de garantir que os jovens cursem um ensino técnico e tenham duas portas de saída: o mercado de trabalho ou a universidade.
Parceria com a iniciativa privada
O segundo tripé das propostas de governo da pré-candidata Simone Tebet é a parceria do governo com a iniciativa privada.
“O estado necessário é aquele que presta saúde, educação, segurança pública, habitação de qualidade, e deixa a iniciativa privada fazer todo o resto; ser parceiro no livre mercado, por meio de um amplo programa de investimento em logística, dando para a iniciativa privada as regras claras, transparentes, fáceis de serem executadas, para que possamos transformar o Brasil em um grande parque de obras públicas, de geração de emprego e renda, por meio de investimentos maciços em ferrovias, rodovias duplicadas, portos, aeroportos e cabotagem.”
A senadora destacou a importância de um marco regulatório claro, transparente e desburocratizante, que chame a iniciativa privada para ajudar a transformar o país por meio da geração de emprego e renda.
Ela também ressaltou os projetos em tramitação no Congresso Nacional para o desenvolvimento do setor ferroviário no país, que irão diminuir o Custo Brasil em termos de logística.
Economia Verde
O terceiro tripé das propostas de governo de Simone Tebet é a economia verde e sustentável. Segundo a presidenciável, não se deve separar o agronegócio ou a indústria do meio ambiente.
“É agronegócio e meio ambiente. É indústria e meio ambiente. É provar que nosso agronegócio é sustentável, que a nossa indústria tem preocupação com a sustentabilidade do planeta e do país, que o setor produtivo está preocupado, sim, seja com a questão da energia renovável na transição energética, seja com a economia circular.”
Durante a coletiva de imprensa, Simone Tebet deixou clara sua posição com relação aos prejuízos ambientais.
“Temos que ser rigorosos com aqueles poucos que denigrem a imagem da indústria, do agronegócio e setor produtivo brasileiro e rigorosos contra o desmatamento. É desmatamento ilegal zero. Estaremos revogando todos os decretos ou todos os atos normativos que, de alguma forma, representem retrocesso na questão ambiental. É para punir grileiros e mineradores ilegais, que denigrem a imagem do agronegócio e derrubam árvores e ameaçam o meio ambiente brasileiro. Só assim vamos ter condições de nos reinserirmos no mercado internacional.”
Propostas da Indústria
Simone Tebet afirma que todas as 21 propostas da indústria para as eleições de 2022 fazem parte do seu programa de governo, dentre elas:
Política Nacional de Desenvolvimento Industrial Científico e Tecnológico sob os moldes das melhores práticas do comércio exterior, com energia de baixo carbono e inovação como prioridade.
Reforma Tributária (PEC 110 e 45). “Uma reforma que tribute menos o consumo, para impactar menos a população mais carente. Que simplifique e desburocratize. Que onere menos a pessoa jurídica e que, com uma tributação eficiente, transparente e rápida, possa fazer com que voltemos a ter a retomada do desenvolvimento”.
Criação do Ministério do Planejamento e Orçamento. “Dinheiro tem. Arrecadamos muito e arrecadamos mal. Gastamos muito e gastamos mal. [É necessário] trazer o ESG (governança ambiental, social e corporativa) para dentro da máquina pública”.
Plano Nacional de Energia Renovável. “Esse plano tem que acontecer dentro da Petrobrás e dentro do Ministério. É preciso que o governo federal encampe essa questão, acreditando na economia sustentável e abrindo o mercado regulado do carbono”.
Simone Tebet afirma que, pela primeira vez, o Brasil tem condições de estar no centro da geopolítica e geoeconomia mundial. “Nós temos o que o mundo não tem. Nós temos a floresta Amazônica. Nós temos condições de fazer dinheiro com crédito de carbono. Nós temos condições de atrair os fundos de investimentos privados que, até a pandemia, tinha algo entre US$ 40 trilhões. [Esses fundos] cobram economia verde, estabilidade institucional e segurança jurídica. E o Brasil tem condições de rapidamente fornecer isso ao mundo.”
Fonte: Brasil 61
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