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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Crise na CAPES pode aprofundar fuga de cérebros do Brasil



A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou nesta quinta-feira (8) que, em razão de bloqueios no orçamento federal, não terá dinheiro para pagar mais de 200 mil bolsistas de programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

A medida compromete a comunidade científica e aprofunda o movimento de fuga de cérebros do Brasil. Pesquisa da AG Immigration – escritório de advocacia especializado em green cards para os EUA – mostrou que, em 2021, as universidades e faculdades americanas contrataram 43 professores e pesquisadores brasileiros. Com isso, as instituições ficaram na quinta posição do ranking de atividades que mais contrataram profissionais brasileiros no ano passado. O setor fica atrás de restaurantes e lanchonetes (129), serviços de computação (110), controle de pragas (80) e processamento de carne (73).

“O perfil do brasileiro que vem para os EUA mudou nas últimas duas, três décadas. Se antes eles vinham para ocupar subempregos, agora temos visto, cada vez mais, profissionais em posições que exigem alta qualificação técnica e acadêmica”, comenta Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration.

De acordo com ele, a mudança no perfil deve-se a dois fatores: expansão do acesso ao ensino superior nos últimos 20 anos e maior acesso à informação. “Hoje, é possível acompanhar em tempo real a rotina de brasileiros que vivem aqui nos EUA. Isso estimula outros com o mesmo sonho a seguir o mesmo caminho”.

A pesquisa da AG Immigration mostra que a maioria dos brasileiros que vão trabalhar nos EUA acabam atuando nos estados da Flórida, Califórnia e Massachusetts e ocupam predominantemente cargos de tecnologia, embora ainda sejam comuns cargos como estoquistas, balconistas e babás. “A tendência é que, cada vez mais, os brasileiros ocupem cargos elevados”.

A pesquisa da AG Immigration mostrou, por exemplo, que um economista brasileiro foi contratado pelo Goldman Sachs com um valor equivalente a R$ 142 mil por mês. Já um jornalista do Brasil foi contratado pelo LinkedIn por uma remuneração de R$ 119 mil mensais.

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