Comer em casa fica mais barato e inflação de junho registra queda - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
Agência IBGE - A inflação oficial do mês de junho caiu 0,08%, ficando 0,31 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,23% registrada em maio. Essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%.
Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%) foram os grupos que mais contribuíram para o resultado do mês, com impacto de -0,14 p.p. e -0,08 p.p no índice geral, respectivamente. Também registraram quedas os Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%). No lado das altas, o maior impacto (0,10 p.p.) e a maior variação (0,69%) no vieram de Habitação. Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Educação e o 0,36% de Despesas pessoais.
“Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André Almeida, analista da pesquisa.
O grupo Alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já a alimentação fora do domicílio (0,46%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,58%), em virtude das altas menos intensas do lanche (0,68%) e da refeição (0,35%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica Almeida.
Em Transportes (-0,41% e -0,08 p.p.), o resultado deve-se ao recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). Destaca-se, ainda, o resultado de combustíveis (-1,85%), com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.
"Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca o analista.
Ele explica ainda a redução nos preços dos automóveis: “O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 p.p. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados.”
Já para a alta do grupo Habitação (0,69%), a maior contribuição (0,06 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,43%), seguida pela taxa de água e esgoto (1,69%). Em ambos os casos, houve reajustes aplicados em algumas áreas de abrangência da pesquisa. Por outro lado, houve queda nos preços de gás encanado (-0,04%), devido a reduções tarifárias, e do gás de botijão (-3,82%).
Destaca-se, ainda, o resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,11%), influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente de reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Em relação aos índices regionais, apenas cinco áreas apresentaram alta em junho. A maior variação foi em Belo Horizonte (0,31%), em função da energia elétrica residencial (13,66%). Já a menor variação foi registrada em Goiânia (-0,97%), influenciada pelas quedas de 5,40% na gasolina e de 4,83% na energia elétrica residencial.
INPC tem queda de 0,10% em junho
Também hoje foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve queda de 0,10% em junho. Em maio, o índice havia registrado aumento de 0,36%. No ano, o INPC acumula alta de 2,69% e, nos últimos 12 meses, de 3,00%, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.
Os produtos alimentícios caíram 0,66% em junho e os não alimentícios subiram 0,08%, desacelerando em relação ao resultado de 0,43% observado em maio. Regionalmente, doze áreas registraram queda em junho, com o menor resultado em Goiânia (-0,86%), e o maior, em Recife (0,38%).
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