Cajucultura é uma das atividades de destaque da região; presença da Embrapa tem sido relevante, em especial, pela adoção de seus clones - Foto: Ricardo Moura
Agência Embrapa - Embora não conte com uma Unidade Descentralizada específica, o Rio Grande do Norte é um território que abriga o desenvolvimento de diversas tecnologias da Embrapa. A empresa desenvolve uma série de ações que vão do incremento da cajucultura e da fruticultura ao desenvolvimento de novas variedades de algodão orgânico. Essas inovações concentram os esforços de cinco Unidades Descentralizadas: Embrapa Agroindústria Tropical, Embrapa Semiárido, Embrapa Algodão, Embrapa Caprinos e Ovinos e Embrapa Mandioca e Fruticultura.
A Embrapa Agroindústria Tropical, por exemplo, tem desenvolvido estratégias para o fortalecimento da cajucultura do Rio Grande do Norte. Dentre as tecnologias se destacam os clones de cajueiro-anão, as minifábricas de processamento de castanha de caju e a transferência de conhecimentos de manejo e pós-colheita. Em 2022, a Embrapa lançou o clone de cajueiro-anão BRS 555, adaptado para o semiárido serrano do RN.
Na cajucultura, o estado ocupa um relevante papel na produção de castanha de caju. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Rio Grande do Norte produziu 20.336 toneladas de castanha até junho de 2023. A produção foi 11,7% maior se comparada com o mesmo período do ano anterior, em que foram produzidas 17.976 toneladas de castanha de caju.
Para a produtora de caju Najara Melo, a cadeia produtiva tem relevante papel no semiárido nordestino. Najara destaca, ainda, o panorama da cajucultura no município de Severiano Melo: “É a principal fonte de renda de muitos severianenses, pois representa não somente uma renda, mas também uma cultura de cunho social, visto que é a maior geradora de emprego e renda no município”.
O sucesso da cadeia produtiva do caju no município de Severiano Melo, bem como em outras regiões do Rio Grande do Norte se deve, também, aos esforços da Embrapa e seus parceiros. Segundo Franco Marinho, gestor de Fruticultura do Sebrae-RN, a cajucultura potiguar vem sendo revitalizada através do alinhamento das tecnologias da Embrapa com os esforços de parceiros como Sebrae, Emater e as prefeituras municipais.
“Estamos contribuindo nesse processo através de consultorias tecnológicas de inovação, para que o pequeno produtor tenha acesso aos clones, por exemplo. Estamos atendendo em torno de 600 produtores anualmente e revitalizamos aproximadamente 2 mil hectares. Esse trabalho é feito com vários parceiros”, complementa Franco.
A Embrapa Algodão é, também, fortemente atuante no Rio Grande do Norte. Em parceria com o Governo Estadual e outras diversas instituições, a Unidade trabalha para viabilizar técnica e economicamente a cultura algodoeira para pequenos e médios produtores, especialmente na região do Seridó Potiguar.
O Agro-Sertão é exemplo de iniciativa que visa fortalecer a cadeia produtiva do algodão no Rio Grande do Norte, com ações que vão desde o campo, por meio do incentivo do cultivo agroecológico, até a indústria têxtil e o artesanato local. Idealizado pelo Instituto Riachuelo, com a parceria da Embrapa Algodão, o projeto apoia 120 famílias produtoras de algodão agroecológico no Rio Grande do Norte. A Embrapa tem a missão de capacitar agricultores e técnicos para a construção de um sistema de produção agroecológico no território do Seridó.
Na Embrapa Semiárido, o RN é beneficiado em duas grandes frentes: a primeira se refere ao manejo integrado de pragas do meloeiro, em parceria com a Agrícola Famosa, e a segunda se refere à contribuição para diversificação da fruticultura no Estado. Nessa área, o centro de pesquisa do Semiárido possui trabalhos envolvendo unidades demonstrativas com fruteiras de clima temperado adaptadas ao ambiente tropical, sendo realizadas em condições de campo. A Embrapa Semiárido tem ainda uma atuação para fortalecer a instalação da primeira vinícola no Rio Grande do Norte, uma parceria de inovação aberta entre a Embrapa e uma empresa do estado, iniciada em 2022.
As iniciativas citadas têm como alvo a geração de ativos que podem ser aplicados diretamente pelo setor produtivo, contribuindo tanto para uma atividade que é a base da economia do estado, como o cultivo do meloeiro, quanto com a exploração de novas atividades agrícolas a partir do estabelecimento da produção de uvas para vinho ou da produção de frutas de clima temperado, embalada pela experiência de sucesso já obtida nos estados de Pernambuco e da Bahia, representando um avanço de projetos e iniciativas lideradas pela Embrapa Semiárido em todo Nordeste.
Por fim, a unidade Mandioca e Fruticultura dispõe de um Campo Avançado desde 2011 dentro do Campus da Ufersa em Mossoró, executando projetos de pesquisas para atender principalmente a cadeia produtividade de mandioca e de frutíferas tropicais no semiárido e cultivo irrigado, dentre elas mamão, abacaxi, banana, manga e citros, no semiárido. A presença da Embrapa no RN é estratégica para ampliar esforços da criação e difusão de tecnologias, envolvendo várias empresas públicas e privadas, estudantes e técnicos nas diversas atividades, visando principalmente a disponibilidade de novas variedades e melhorias nos sistemas de produção.
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