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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Juros mais baixos possibilitam melhoria na economia e na qualidade de vida das pessoas, afirma especialista

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano.



Após o anúncio pelo Banco Central da queda na taxa de juros, especialistas acreditam na melhoria da economia e o reflexo na qualidade de vida das pessoas. Para o assessor de investimentos Dilmer Cordeiro, taxas de juros mais baixas acabam deixando os investimentos com valores mais atrativos.


 
“Juro mais baixo torna mais fácil para empresas abrirem negócios, expandirem negócios, para captarem recursos no mercado, para conseguirem crédito, porque o custo do dinheiro, o custo do crédito fica menor, — e fica mais fácil para termos novas empresas, novos negócios, para aumentar investimentos e gerar mais empregos, mais poder de compra. Isso tudo traz um impacto mais real no dia a dia das pessoas e na economia como um todo”, avalia.


O Comitê de Política Monetária é o órgão do Banco Central que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic. Na última reunião, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Existe ainda a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual, nas próximas reuniões.


Na opinião do professor de economia Riezo Almeida, nesse primeiro momento os benefícios da queda dos juros podem não ser sentidos pelo consumidor. Mas, se confirmando a expectativa de redução da Selic a cada reunião, isso vai trazer benefícios para a população que podem impactar direto no bolso.


“Com a taxa de juros em queda, vai ter mais oferta de dinheiro pelos bancos e juros mais atrativos a curto e médio prazo, então os bancos, a partir de agora, vão começar internamente a mudar os valores ofertados das taxas de juros e vão ter novos produtos ofertados para a população. Com isso, a população consegue ser beneficiada”, salienta. 


De acordo com a consultora de economia da BMJ Consultores Associados Bruna Rizzolo, ainda que tenha sido uma redução maior do que o inicialmente previsto pelo mercado, o principal indicativo dado pelo Copom, na reunião, e que deve ser tomado como referência é que as autoridades monetárias reconhecem a melhora na tendência econômica do Brasil e que os cortes nos juros serão contínuos até o fim do ano.


“Para que a Selic atinja os 12% esperados pelo mercado ainda em 2023, conforme apresentado no relatório Focus do Banco Central, o comitê vai precisar reduzir os juros em meio ponto percentual em todas as reuniões até o fim do ano”, reforça.


Para Bruna Rizzolo, já existe um indício de que os investimentos produtivos devem ser ampliados. “A gente tem com o Banco Central essa demonstração de reconhecimento da melhora nas nossas tendências econômicas e expectativa de criação de mais credibilidade e confiança na tomada de empréstimos com taxas mais fixadas — o que pode então ampliar essas tomada de crédito. E a tendência de redução de juros também tende a aliviar a dívida do governo que está vinculada à Selic.”, salienta.


O professor de economia Riezo Almeida explica como a redução da dívida do governo afeta a população: “As contas do governo também vão ser beneficiadas porque grande parte da dívida do governo federal está atrelada a bancos brasileiros que também têm como referência a taxa Selic, então pagaremos menos juros reais porque nós, consumidores, também pagamos os nossos impostos e o governo pagando menos vai sobrar mais dinheiro para investir em outras áreas”, lembra.


Segundo o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Ellery, também é importante lembrar do mercado imobiliário. “As pessoas podem esperar ainda uma queda nos juros dos financiamentos. Não é de imediato nem deve ser muito grande, mas, mantida a tendência de queda, deve acontecer. Essa é uma das razões para o varejo estar pressionando pela queda dos juros.” 


Dilmer Cordeiro reforça que, no mercado imobiliário, a tendência é de facilitar o financiamento com juros menores. “O mercado imobiliário é um setor que acaba sendo mais beneficiado porque é um setor que é muito fomentado pelo crédito, pelo financiamento, então no cenário de juros elevados, os financiamentos, os créditos imobiliários acabam ficando com os juros mais elevados e isso mitiga a disposição das pessoas em adquirirem imóveis. Com juros mais baixos, acaba que se tem mais disposição porque o custo do dinheiro acaba ficando mais atratativo”, ressalta. 
 



Fonte: Brasil 61

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