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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Reciclagem: uma saída na transição para a economia circular

A menos de um mês da COP28 —- o evento mundial que discute as mudanças climáticas — uma pergunta: é possível produzir mais de forma mais limpa e sustentável? Segundo especialistas, sim.

Foto: Reprodução/Centcoop-DF


A menos de um mês da COP28 —- o evento mundial que discute as mudanças climáticas — uma pergunta se sobressai: é possível produzir mais de forma limpa e sustentável? Segundo especialistas, sim. Mais que possível, trata-se de uma meta traçada pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) em que uma das diretrizes inclui aumentar a taxa de recuperação de resíduos. A meta é passar do atual 1,6% do total coletado para 12,8% até 2032. 


O Mapa Estratégico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), lançado em outubro, apresenta metas em oito temas principais. Todos eles apontam que o Brasil tem potencial para alcançar uma indústria mais sustentável. O gerente-executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, David Bontempo, explica o que é preciso para que o Brasil avance na agenda verde. 


“É produzir cada vez mais com menos emissão, é uma diretiva relevante. E promover uma indústria cada vez mais circular, dado que é uma ideia que tem sido discutida tanto no ambiente doméstico quanto internacional.”


Reciclagem: um dos elos da economia circular 


Reaproveitar o que foi descartado é a premissa básica da reciclagem — que funciona como um dos elos da economia circular. Em Brasília, uma central reúne 22 cooperativas que garantem renda e sustento a mais de mil trabalhadores. São pessoas que fazem o trabalho de triagem e reciclagem. Pelas mãos desses trabalhadores passam, por mês, 1.500 toneladas de materiais de todo tipo. Mas, hoje, eles conseguem reaproveitar apenas 40% do material que chega. 


Segundo a presidente da Central de Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF), Aline Sousa, muito mais poderia ser aproveitado, se em casa as pessoas ajudassem com pequenos hábitos, como lavar o potinho do iogurte, ou separar o lixo orgânico do seco, de forma correta. 


Apesar do longo caminho que ainda tem a ser percorrido na estrada da sustentabilidade e do reúso de materiais, muito já se evoluiu nesse sentido. Os investimentos garantem mais renda aos trabalhadores e a rede tende a crescer, mudando a forma como o negócio funciona. Se antes o trabalho da rede era restrito à triagem, hoje, explica Aline, estão expandindo para conseguir ir além. 


“Para isso, a gente teve vários investimentos do BNDES, de emendas parlamentares, que possibilitaram chegar novos equipamentos para a gente verticalizar.” 


Aline fala dos novos maquinários que chegaram à Centcoop e permitem que o lucro da cooperativas aumente e as tratativas de vendas do material coletado seja feita diretamente com as indústrias de reciclagem. 


Indústrias de reciclagem: o recomeço de tudo


Antes mesmo da criação Centcoop, uma indústria de reciclagem que existe em Brasília desde 2004, já atuava em Brasília recebendo material e devolvendo ao mercado pronto para ser reutilizado. A Capital Recicláveis nasceu em 2004 e hoje é a maior empresa de reciclagem da região Centro-Oeste. 


A Centcoop é parceira da Capital Recicláveis e segundo a presidente da rede de cooperativas, Aline Sousa, a empresa recebe 70% de tudo que é triado pela Central, principalmente papel e papelão.


A indústria é um bom exemplo de economia circular, já que leva de volta ao mercado local o resíduo que foi produzido ali mesmo — com custo reduzido de transporte e encargos.


A  gerente administrativa e financeira da Capital Recicláveis, Maria Liberatti, diz que a capacidade da empresa hoje precisa buscar matéria-prima em outros estados. 


“Nós temos a capacidade de processar mais de dez mil toneladas de resíduos ao mês. Infelizmente, não consigo manter a Capital funcionando só com o material reciclável de Brasília.”



Fonte: Brasil 61

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