Pura estereotipização do Nordeste com o domínio paternalista do dono da Casa-Grande e a devoção filial de todos os agregados, parentes e empregados ao paizinho, ou "painho" como dizem no sotaque usado pelos personagens.
Afora isso, quase todas as falas de todos os personagens da trama é em torno da devoção ao seu "Zé Inocêncio", interpretado por Marcos Palmeira, ator carioca, muito comum nessas produções que tratam o Nordeste como museu de "tradições" mofadas.
O Zé Inocêncio faz par com a personagem Mariana, interpretada pela atriz Theresa Fonseca, parecendo uma criança de 11 anos casada com um homem adulto, todos os personagens vivem para satisfazer os anseios do Deus-painho. Uma aberração que produziu a troca de favores na política brasileira e tirou do brasileiro toda e qualquer dinâmica associativa, a não ser a do festival do subdesenvolvimento chamado Carnaval.
O curioso também é que a parte da trama que reproduz a vida contemporânea se passa no Rio de Janeiro e não em Salvador. Todas as capitais do Nordeste são cidades modernas, mas nunca uma novela sobre a vida contemporânea pode ser no Nordeste, se for novela no Nordeste tem que ser estereótipo. Uma novela no Recife só teria como fotografia a Rua da Aurora, nunca os modernos edifícios do Pina.
Por que não uma trama para destruir o "Nordeste", acabar de vez com esse fetiche de ter uma região atrasada para satisfazer toda essa falta de criatividade que toma conta do atual cenário artístico nacional?
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