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terça-feira, 19 de março de 2024

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Papa Francisco Considera Renúncia uma "Hipótese Distante" em sua Autobiografia

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Foto: Pixabay


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O Papa Francisco lançou sua primeira autobiografia, intitulada "Vida: A minha história através da História", em colaboração com o jornalista italiano Fabio Marchese Ragona. A obra traz à tona várias reflexões e revelações significativas do líder da Igreja Católica, incluindo sua visão sobre uma possível renúncia ao papado.


O Papa Francisco classifica uma eventual renúncia ao papado como uma "hipótese distante", que só ocorreria devido a "grave impedimento físico", garantindo não ter qualquer problema de saúde que o exija e ter ainda "muitos projetos para realizar".


Aos 87 anos, e na sua primeira autobiografia – “Vida: A minha história através da História” -, escrita em colaboração com o jornalista italiano Fabio Marchese Ragona, o Papa admite que, quando esteve hospitalizado no Vaticano, alguns estavam "mais interessados em política, em campanha eleitoral, quase pensando num novo conclave".


Neste livro, hoje lançado em dezenas de países e que chega ao Brasil em abril, Francisco sublinha que o papado é um trabalho para toda a vida, mas que, "se ocorrer um impedimento físico grave", já redigiu uma carta de demissão que está guardada na Secretaria de Estado.


O Papa adianta que, se algum dia se visse obrigado a renunciar, não se chamaria Papa Emérito, mas bispo emérito de Roma, dedicando-se a ser confessor.


Na obra, o pontífice aproveita, também, para garantir que não tenciona mudar as regras do conclave para eleger o seu sucessor, considerando informações publicadas nesse sentido por alguns meios de comunicação católicos norte-americanos ligados à área conservadora como "fabricações" para "criar agitação na Igreja".


“No que diz respeito ao conclave, alguns meios de comunicação social americanos difundiram a notícia de que tenho em mente mudar as regras, admitindo freiras e leigos na votação para a eleição do novo Papa: tudo isso é fantasia, fabricações postas em circulação evidentemente para criar agitação na Igreja e desorientação entre os fiéis”, aponta Francisco no livro.


“É verdade que o Vaticano é a última monarquia absoluta da Europa e que aqui se fazem frequentemente raciocínios e manobras corteses, mas estes padrões devem ser definitivamente abandonados”, acrescenta o pontífice no livro, de que o jornal italiano Corriere dela Sera antecipou alguns excertos.


A sua decisão de permitir que os padres católicos abençoem casais do mesmo sexo, bem como o seu apoio às uniões civis, embora excluindo o casamento homossexual, são também objeto de referência na autobiografia do antigo arcebispo de Buenos Aires, para quem Jesus passou algum tempo com pessoas que viviam à margem da sociedade "e é isso que a Igreja deveria estar a fazer hoje com os membros da comunidade LGBTQ+".


Aditindo ter ficado magoado com a ideia de que estava a “destruir o papado”, Francisco pronuncia-se sobre questões como o aborto, a barriga de aluguer, a sua relação com Bento XVI, ou o futebol, uma sua paixão, referindo-se nomeadamente aos seus compatriotas Diego Maradona e Messi.


Recorda também a sua vida antes de ser ordenado padre, como a namorada que teve na adolescência, ou o que considera ter sido um "pequeno deslize" quando, ainda seminarista, ficou "deslumbrado" com uma rapariga que "lhe deu a volta à cabeça com a sua beleza e inteligência".


"Durante uma semana, fiquei com a imagem dela na cabeça e tive dificuldade em rezar! Felizmente, isso passou e dediquei-me de corpo e alma à minha vocação", confessa Jorge Mário Bergoglio no livro.


Neste volume de cerca de 350 páginas, há ainda espaço para o seu papel durante a ditadura militar argentina de Jorge Videla (1976-1981).


Os detratores de Francisco criticam a forma como lidou com o desaparecimento de dois missionários jesuítas que foram presos, torturados e depois libertados, na altura em que era chefe da ordem dos jesuítas na Argentina.


"As acusações contra mim continuaram até há pouco tempo, uma forma de vingança de certos esquerdistas que sabiam que eu me opunha a essas atrocidades", lamenta o antigo arcebispo de Buenos Aires, que sempre negou qualquer responsabilidade.


"Mais tarde, algumas pessoas disseram-me que o Governo argentino da altura tinha tentado tudo para me enforcar, mas que não tinham encontrado provas: obviamente, eu estava inocente", afirma na sua autobiografia.

Aos 87 anos, Francisco enfatiza que uma renúncia só seria considerada em caso de "grave impedimento físico", assegurando que sua saúde atual não requer tal medida e destacando que possui muitos projetos em mente para realizar. Ele esclarece que, durante sua hospitalização no Vaticano, observou o interesse de alguns em política e em um possível novo conclave papal, mas reforça sua convicção de que o papado é um compromisso vitalício.


No entanto, o Papa revela ter redigido uma carta de demissão, a ser usada apenas em caso de impedimento físico grave, a qual está guardada na Secretaria de Estado. Caso ocorra a necessidade de renúncia, Francisco expressa seu desejo de não ser chamado de Papa Emérito, preferindo o título de bispo emérito de Roma, e planeja dedicar-se ao papel de confessor.


Além disso, o pontífice aborda controvérsias em torno de sua gestão e posicionamentos, como a permissão para que padres católicos abençoem casais do mesmo sexo e seu apoio às uniões civis. Ele reforça seu compromisso com o acompanhamento das pessoas LGBTQ+ e critica a disseminação de informações falsas sobre possíveis mudanças nas regras do conclave para eleger seu sucessor.


A autobiografia também revela aspectos pessoais da vida de Jorge Mário Bergoglio antes de se tornar Papa, incluindo seu relacionamento amoroso na adolescência e seu período como seminarista, no qual admite ter sido "deslumbrado" por uma garota, mas depois dedicou-se integralmente à sua vocação religiosa.


Por fim, o livro aborda o papel de Francisco durante a ditadura militar argentina de Jorge Videla (1976-1981), enfrentando críticas sobre sua gestão dos casos de desaparecimento de missionários jesuítas. O Papa refuta as acusações, destacando sua oposição às atrocidades da época e afirmando sua inocência diante das tentativas do governo de enforcá-lo.


Neste livro, lançado hoje em diversos países e chegará ao Brasil em abril, Francisco sublinha que o papado é um trabalho para toda a vida, mas que, "se ocorrer um impedimento físico grave", já redigiu uma carta de demissão que está guardada na Secretaria de Estado..

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