Passado um mês do fim do festival do subdesenvolvimento vamos nos recuperando dos traumas que a realidade impõe e de toda a desilusão de saber que seu país é um fracasso e sem vocação para grandezas e que jamais será desenvolvido, vamos escrevendo as impressões que esse momento cruel do ano nos joga na cara.
Recife sempre foi a potência do Norte, a nossa cabeça intelectual e a nossa liderança política, hoje não passa de uma decadente periferia esmolé tomada pelo desemprego e pela violência, já não possui mais nenhuma grande referência intelectual e não lidera nenhum movimento de engrandecimento nacional seja em que campo for.
O regionalismo do Século XX teve por epicentro justamente o Recife e conseguiu destruir a nossa Atenas brasileira. O símbolo da Recife decadente do Século XXI é o tal do Galo da Madrugada, não sei o que representa uma estátua de um galo, se tem alguma ligação com a França ou se é só pretexto pra correr atrás de caminhão no meio da rua, como agora é a única manifestação pública no Brasil, a Bahia inventou o trio elétrico e ajudou a afundar mais ainda o país, foi criado em 1978. O que se diz é que o inventor do Galo queria resgatar o Carnaval de Rua no Recife, mas que bom se houvesse acabado.
O Recife precisa voltar a ser a cabeça-guia do Norte, a invenção do Nordeste foi um fracasso que nos colocou na condição de mendicância e dependência das verbas governamentais quando o regionalismo de sofrimento nos tirou a altivez e a soberba de um Tobias Barreto. O Galo da Madrugada é uma invenção decadente da era da cultura de massas.
É triste ver o Recife assim como caricatura regionalista com uma multidão correndo atrás de um galo de papelão sem estar na Universidade lançando um movimento artístico musical para a contemporânea realidade da região e sem estar liderando a política contra o rebaixamento político e moral do Nordeste como região dependente de verbas federais.
Ao invés de liderar o pensamento no Brasil hoje o Recife se orgulha de ter o maior bloco de carnaval do mundo, quanta decadência. É a hora de torrar o galo num micro-ondas produzido em Surubim.
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