Os partidos no Brasil são sazonais, só surgem em véspera de eleição. Em um partido com 400 filiados numa cidade do interior convocando-se uma reunião em um ano sem eleições não aparecerão 10, quando chega a época das convenções eleitorais lotam salões com entusiasmados correligionários.
Os partidos políticos foram elementos extremamente nocivos à humanidade já que foram causa de barbáries e fanatismo, mas existe uma importância da associação para a existência das democracias, como foi observado por Tocquevile no clássico A Democracia na América, o filósofo francês registrou que o povo americano se associava para tudo. O povo brasileiro não se associa, só segue:
Cabia ao povo trabalhar e votar. Nunca os partidos tiveram interesses coletivos e sim para os chefes ou candidatos às chefias. O povo segue, ama, vota, obedece a nomes, criaturas, indivíduos, para os quais a solidariedade é uma fórmula permanente de confiança. O homem e não a agremiação (Câmara Cascudo).
Nessas vésperas de eleição surge uma fúria apaixonada em torno dos candidatos e estes atraem centenas de filiados para as siglas partidárias. Renderão irrestrita fidelidade ao líder partidário em busca de receber alguma vantagem, seja em dinheiro ou num cargo futuro se houver êxito na eleição.
As pessoas não vão aos partidos por afinidade ideológica ou por interesse público, salvo raras exceções, e o PT foi o único partido que conseguiu se estabelecer no Brasil, não é um elogio, goste ou não do partido essa é uma constatação de ciência política. Como disse Joaquim Barbosa num julgamento no STF: "os partidos no Brasil são de mentirinha". Ser dono de partido é um negócio extremamente lucrativo.
Outro fator que chama a atenção nessas vésperas de eleições municipais é a baixa qualidade dos filiados aos partidos, as pessoas de mais elevado gabarito intelectual não possuem muito interesse pela vida partidária e pela disputa eleitoral, isso se deve ao fato de essas pessoas preferirem ingressar no serviço público e viverem como uma casta à parte da sociedade.
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