Dados do Serviço Geológico do Brasil apontam para o final do processo de vazante na Bacia do Rio Paraguai
Brasília (DF) – O período de vazante, ou seja, de baixa no nível do rio, pode estar próximo do fim na Bacia do Rio Paraguai, na região do Pantanal. De acordo com o boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado na quarta-feira (30), houve elevação no nível da maioria das estações. Em Ladário (MS), o rio subiu 18 cm em uma semana e chegou à marca de -41 cm. Apesar da recuperação, ainda está abaixo do esperado para esta época do ano, que seria de 1,58 m.
“Na última semana, choveu 31 mm na bacia e já é possível observar uma resposta em quase todos os afluentes; por exemplo, no Alto Paraguai, em Cáceres (MT), que oferece uma das maiores contribuições em termos de vazão de rios. Temos previsões de chuva para as próximas semanas; portanto, as subidas devem se consolidar”, explicou o pesquisador do SGB Marcus Suassuna. Em Cáceres, o Rio Paraguai está na cota de 1,01 m.
De acordo com as projeções do modelo GEFS, apresentadas no boletim, é esperado um acumulado de 79 mm de chuvas para os próximos 15 dias. Diante desse cenário, as análises do SGB indicam que o rio deve superar a cota de 10 cm em Ladário a partir da primeira quinzena de dezembro. Esse foi o patamar definido com base em estatísticas da série histórica para caracterizar o cenário de seca hidrológica.
Mínimas históricas
A Bacia do Rio Paraguai registrou mínimas históricas em diversas estações, neste ano, confirmando as projeções do SGB de que 2024 seria um dos anos mais secos da história. Ladário (MS), que é a estação de referência, chegou à cota de -69 cm – a menor registrada nos últimos 124 anos. Em Barra do Bugres (MT), o rio chegou a 22 cm. Essa marca está 6 cm abaixo da segunda mínima histórica, registrada em 1968. Em Porto Murtinho (MS), a cota chegou a 53 cm, superando a mínima anterior, de 73 cm, em 1971.
Em Cáceres (MT), o rio registrou a segunda mínima histórica: 27 cm. Dessa forma, ficou atrás apenas da cota de 24 cm, em 2021. Miranda (MS) também teve a segunda seca mais grave, com cota de 88 cm. A primeira foi de 76 cm, em 2007. Na estação do Forte Coimbra, no município de Corumbá (MS), a cota chegou a -1,98 cm – apenas 1 cm acima do recorde registrado em 1967.
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