Para Aline Soaper, educadora financeira, ter que buscar por uma renda extra pode ser o principal efeito deste movimento
A tão sonhada aposentaria, que deveria ser um período de descanso e relaxamento após anos de trabalho, pode se tornar uma dor de cabeça para muitos brasileiros. De acordo com a pesquisa nacional feita pela Serasa, 60% da população realiza o planejamento financeiro para o período de inatividade com apenas cinco anos de antecedência. O levantamento foi feito pelo Instituto Opinion Box e com a participação de 1.052 pessoas aposentadas ou prestes a se aposentar. Para Aline Soaper, educadora financeira, o movimento comum no país é resultado da falta de conhecimento sobre finanças pessoais.
"O planejamento financeiro é essencial para que os brasileiros tenham uma aposentadoria tranquila, sem dor de cabeça, já que a partir dessa organização é possível evitar que contas deixem de ser pagas por ter a falta de dinheiro, evitando o endividamento. Além disso, é a principal maneira de evitar que esses idosos tenham que voltar a trabalhar para complementar o seu salário e assim conseguir quitar todas as suas pendências no fim do mês", explica Aline.
Não à toa, esse é um dos principais pontos abordados pela pesquisa divulgada pelo Serasa. Nela, foi revelado que 53% dos aposentados precisaram continuar trabalhando para complementar a renda. Segundo a especialista em educação financeira, a organização monetária é importante já que à partir dela, é possível se planejar para os possíveis gastos que devem ocorrer ao longo dos anos, principalmente, para aqueles que desejam parar de trabalhar logo após começarem a receber o benefício.
“O planejamento financeiro pode evitar que esses aposentados se sintam perdidos em momentos de dificuldade. Por exemplo, muitas pessoas da terceira idade desenvolvem problemas de saúde, a organização permitirá que esse grupo tenha uma poupança de emergência para caso seja necessário passar por um tratamento ou uma cirurgia que surgiu repentinamente”, pontua a especialista.
O levantamento também apontou que 48% dos aposentados dizem sentir instabilidade financeira. Já 45% afirmaram ter grande receio de endividamento; e 64%, não consideraram o valor da aposentadoria suficiente para manter o padrão de vida. Por fim, o dado mais preocupante dessa pesquisa está ligado ao fato de que 60% dos aposentados já precisaram buscar crédito ou empréstimo para auxiliar nessas despesas consideradas essenciais. Para Aline, há diversas formas para evitar que a inconstância da renda aconteça.
“Primeiramente, é importante colocar no papel tudo o que recebe e os gastos mensais que possui, dessa forma é possível entender o custo de vida atual e qual valor é necessário ter na conta para manter as necessidades básicas. Além disso, é possível entender quais contas que não estão sendo utilizado dentro do orçamento familiar, podendo cortá-las. Ou seja, aquela assinatura de streaming que você pouco usa, aquele aplicativo do celular que você assinou e esqueceu, as cobranças automáticas que você coloca no cartão de crédito, etc. Pense que com a aposentadoria é preciso direcionar o dinheiro para o que é essencial", recomenda Aline.
Para quem já se encontra endividado antes mesmo de se aposentar, a profissional indica negociar o pagamento das cobranças antes de iniciar a sua reclusão no mercado de trabalho. De preferência, realizando o pagamento dessas pendências à vista para conseguir mais descontos. Uma outra forma de evitar um novo endividamento, é reduzir o consumo de itens não tão necessários e priorizar o reaproveitamento de tudo, como roupas, sapatos, materiais escolares e alimentação, por exemplo. Além disso, fazer pesquisas de preços e controlar os gastos são meio práticos e que podem ajudar.
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