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segunda-feira, 24 de março de 2025

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O Brasil está desperdiçando talentos? O impacto da falta de investimento no esporte

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Stefan Santille, fundador da Ursofrango


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Por Stefan Santille, fundador da Ursofrango

 

O Brasil tem potencial para se tornar uma referência esportiva mundial. Do futebol ao skate, da natação ao atletismo, o talento corre nas veias do nosso povo. No entanto, talento por si só não é suficiente para transformar atletas em campeões. O investimento contínuo em esportistas deve ser encarado como um pilar estratégico para o desenvolvimento social e econômico do país.
 

Nos últimos 20 anos, o Brasil destinou aproximadamente R$ 43,4 bilhões aos esportes olímpicos. Esse investimento tem gerado retornos concretos, ainda que o país não esteja no topo do quadro de medalhas das Olimpíadas. A indústria do esporte movimenta cerca de R$ 31 bilhões por ano no Brasil, representando 3,3% do PIB nacional. Esses números evidenciam que o esporte não é apenas uma questão de lazer ou entretenimento, mas um setor econômico com grande potencial de crescimento.
 

Apesar desses investimentos, o Brasil ainda enfrenta desafios na formação de novos talentos. Um exemplo claro é o skate, que conquistou grande visibilidade nas últimas Olimpíadas com atletas como Rayssa Leal. No entanto, a grande maioria dos skatistas brasileiros ainda luta para obter patrocínio e estrutura para treinar. Muitos talentos acabam desistindo do esporte por falta de apoio financeiro e oportunidades.

O problema não é apenas a falta de investimento, mas a forma como ele é distribuído. Grande parte dos recursos vai para modalidades e atletas já estabelecidos, enquanto jovens promessas enfrentam dificuldades desde a base. Sem um sistema que garanta a continuidade do suporte desde os primeiros passos até o alto rendimento, o país continuará desperdiçando talentos. O verdadeiro desafio não é apenas investir mais, mas investir melhor, criando um modelo sustentável que permita que atletas prosperem a longo prazo.
 

Programas como o Bolsa Atleta, criado em 2005, já destinaram mais de R$ 1,5 bilhão, beneficiando cerca de 30 mil atletas brasileiros. Essa iniciativa prova que o investimento público pode garantir que talentos tenham condições de competir em alto nível. Mas é preciso ir além e criar um ecossistema que envolva não só o apoio governamental, mas também o investimento privado e o engajamento da sociedade.
 

O impacto do investimento esportivo ultrapassa os limites das competições. Cidades que incentivam o esporte registram quedas de até 30% nos índices de violência juvenil e reduções expressivas em custos com saúde e segurança pública. Estudos apontam que para cada R$ 1 investido em programas esportivos para jovens, há uma economia de até R$ 3 nesses setores. Isso mostra que o incentivo ao esporte é um fator de transformação social de longo prazo.


O Brasil não pode mais adiar essa discussão. Governos e empresas precisam enxergar o esporte como uma ferramenta estratégica de desenvolvimento. Como empresário do setor, vejo diariamente o impacto do investimento esportivo na vida de jovens talentos. E se quisermos transformar nossa paixão pelo esporte em conquistas reais, precisamos agir agora.


 

*Stefan Santille é um visionário no universo dos esportes radicais, com uma trajetória de 20 anos na Suíça, onde se apaixonou pelo snowboard e se especializou em marketing. Ao retornar ao Brasil, Stefan trouxe consigo o desejo de transformar o cenário dos esportes radicais, fundando a Ursofrango como mais do que uma marca de vestimentas — uma plataforma de suporte integral ao desenvolvimento de jovens atletas. Sua dedicação e visão estratégica têm feito da Ursofrango um nome central na promoção de talentos emergentes no Brasil.


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