Se não houver controle, blocos de carnaval podem se tornar foco de corrupção em Caicó - Blog A CRÍTICA

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quinta-feira, 6 de março de 2025

Se não houver controle, blocos de carnaval podem se tornar foco de corrupção em Caicó



Conforme expusemos ontem aqui nA CRÍTICA, os blocos carnavalescos de Caicó receberam valores consideráveis, especialmente quando se considera a realidade de pobreza da cidade. Foram repassados pelo poder público R$ 873.940,00 em contribuições para cinco blocos: Treme-treme (R$ 150.000,00), Canguru (R$ 175.000,00), Pingo do Meio Dia (R$ 226.150,00), Furiosa (R$ 272.790,00) e Ala Ursa (R$ 50.000,00).


Já demonstramos como o impacto econômico real desse repasse é nulo e como se trata, na verdade, de uma estratégia de manipulação política para manter privilégios e beneficiar setores específicos da economia local. A quantia gasta com o carnaval poderia ser utilizada para construir uma escola modelo, que substituísse os grupos escolares ultrapassados dos bairros e proporcionasse uma verdadeira melhoria na educação local.


Agora, esses blocos precisam comprovar que cada centavo recebido foi realmente utilizado para os fins previstos, apresentando notas fiscais e detalhando suas despesas. As transferências de recursos públicos para as Organizações da Sociedade Civil devem observar o interesse público e seguir as normas estabelecidas pela legislação federal e pela legislação municipal específica. Esta última deve disciplinar os requisitos para repasse, os prazos para prestação de contas, a forma de comprovação dos gastos e as sanções em caso de descumprimento das obrigações legais.


Sem um controle rigoroso, esses blocos podem facilmente se tornar canais para desvios de verba, superfaturamento e favorecimento indevido. A fiscalização precisa ser transparente e contínua, garantindo que o dinheiro do contribuinte não seja utilizado como moeda de troca política nem como forma de enriquecimento ilícito.


A população tem o direito de exigir transparência e responsabilidade na aplicação desses recursos. Entidades como Ministério Público, a OAB e os sindicatos precisam renunciar a suas passividades mórbidas.

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