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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Governo do RN mobiliza famílias agricultoras para a safra 2023

Reunião foi realizada em São Paulo do Potengi e contemplou os territórios Potengi e Sertão Central

"Ouro branco" voltou e está trazendo uma nova perspectiva à agricultura familiar no Rio Grande do Norte - Foto: Ascom Sedraf-RN



Agora RN - O “ouro branco” voltou e está trazendo uma nova perspectiva à agricultura familiar no Rio Grande do Norte. Fato consumado, o Projeto Algodão Agroecológico Potiguar está configurado como a maior iniciativa do Brasil em bases agroecológicas: em 2022, foram 340 hectares de produção em área consorciada a culturas como milho, feijão, sorgo e gergelim, 254 famílias envolvidas e mais de 117 toneladas colhidas no seu primeiro ano de execução. Enquanto em Lajes (RN), na usina de beneficiamento instalada em parceria com a prefeitura, cerca de 20 toneladas de ramas da safra 22 estão sendo transformadas em plumas, o que garante maior poder de negociação do produto às famílias, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) e entes parceiros dão início à mobilização para a safra 2023, por meio dos Seminários Territoriais.


Nesta terça-feira 13, a reunião foi realizada em São Paulo do Potengi e contemplou os territórios Potengi e Sertão Central. Amanhã 14 será a vez das famílias dos territórios Mossoró/Assú e Sertão de Apodi, que irão se reunir em Mossoró, e na quinta-feira (15), o seminário será realizado na cidade de Pau dos Ferros, atendendo ao território do Alto Oeste Potiguar. As famílias dos territórios Seridó e Trairi se reunirão na cidade de Santa Cruz, no dia 19 (segunda-feira); depois serão realizados seminários em Santo Antônio do Salto da Onça (Agreste Litoral e Terra dos Potiguares), na segunda-feira 26; e por fim, o território do Mato Grande, na cidade de João Câmara (27/12, terça-feira).


Segundo o secretário Alexandre Lima, a meta para 2023 é incluir cerca de 800 famílias no processo produtivo, ampliar a área cultivada e atingir mais de 60 municípios do Rio Grande do Norte. Ele aponta os diferenciais do projeto, que distribui sementes orgânicas, oferece assistência técnica, além da ofertar a certificação agroecológica e garantir o contrato de compra para a rama ou a pluma do algodão, por empresas parceiras nacionais e internacionais. “Cada vez mais destaco as parcerias, que são fundamentais para o sucesso desta ousada iniciativa, já consolidada como a maior em bases agroecológicas do Brasil. Para 2023, queremos fortalecer a presença das mulheres e da juventude no projeto e ampliar a produção para 1.000 hectares de terra”, afirmou.


UNIDADE DE BENEFICIAMENTO


Na semana passada, o secretário de estado titular da SEDRAF-RN, acompanhado de servidores que integram a equipe do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar e extensionistas do Instituto de Extensão Rural e Assistência Técnica (Emater-RN), realizaram na quinta-feira (08) uma visita de reconhecimento à Usina de Beneficiamento de Algodão Agroecológico de Lajes (RN), instalada graças a uma parceria firmada com a prefeitura municipal, mais as entidades Acopasa e Diaconia e a empresa Vert.


Com a participação de sete famílias agricultoras, Lajes colheu mais de quatro toneladas de algodão agroecológico. O prefeito Felipe Menezes assinalou a parceria para instalar uma unidade de beneficiamento, montada com duas descaroçadeiras e uma prensa, equipamentos cedidos pela Acopasa e Diaconia, que participam da execução do projeto na região do Potengi e de alguns municípios do Sertão Central. “Agradeço a sensibilidade do Governo do RN e da governadora Fátima Bezerra, que orienta sua equipe para valorizar e direcionar as ações para fortalecimento da agricultura familiar”, declarou o prefeito.


Ele informou que o município vai propor uma mudança na nomenclatura da atual secretaria de agricultura para Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, desmembrando a pasta do turismo e focando as ações para o nicho familiar do agronegócio. “Recebemos há pouco tempo uma ensiladeira, ação que nos deixou felizes e honrados. Portanto, a minha palavra aqui como representante do povo de Lajes é gratidão por todo esforço coletivo para a realização do projeto Algodão Agroecológico Potiguar”, reconhece.


Viúva há mais de 10 anos, chefe de família, mãe de três filhas adultas, assentada pelo Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF), a agricultora Francisca das Graças Fernandes, 57, ocupa com a família uma área de 96,5 hectares, onde planta hortaliças, feijão, milho, além de criar bode, galinha e porco. Residente na propriedade Associação Desenvolvimento Rural Santo Expedito, situada na comunidade Vaca Morta, em Lajes, ela colheu 350 kg de algodão em rama, e ainda 60 kg de fava “e fiz bastante sorgo, que dei ao gado”, disse a “Rainha do Algodão”, como ficou conhecida na região.


A visita à unidade de beneficiamento contou com a presença do diretor da Emater-RN, César Oliveira, e do extensionista Francisco “Felipe” Wagner – regional de Assú; do prefeito Carlinhos (Caros André), de Jardim de Angicos; dos secretários de Agricultura Dal Miranda (Lajes) e Márcio Francisco (Pedra Preta); de representantes dos entes envolvidos na retomada do cultivo do algodão em terras potiguares, tais como Ricardo Blackburn e Tetê (Diaconia); Sílvio Morais (empresa Textile Exchange); e ainda do agricultor/multiplicador Raildo Arcanjo de Paiva, de Olho d’Água do Borges, que colheu 274 kg de rama, que gerou 100 kg de pluma, e está em Lajes ensinando as famílias acerca das etapas do beneficiamento. Em tempo, a rama é vendida a R$ 3,5 o quilo, enquanto a mesma quantidade sendo pluma pode chegar a R$ 17.


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