Os bens duráveis estão mais caros hoje do que há 20 anos. A casa e o carro próprios, sonhos da maioria das famílias, ficaram 150% mais caro do que eram há 20 anos atrás. É o que afirma a economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich.
Compra:
- Investimento inicial: Entrada + financiamento (considerando 30% de entrada e juros em média de 8% a.a.).
- Custos mensais: Prestação do financiamento + IPTU + seguro + condomínio (se houver) + manutenções.
- Vantagens: Patrimônio próprio, valorização do imóvel a longo prazo, liberdade para reformas e personalização.
- Desvantagens: Alto investimento inicial, indisponibilidade de capital para outros fins, custos de manutenção e responsabilidades com o imóvel.
Aluguel:
- Investimento inicial: Aluguel adiantado (geralmente 2 ou 3 meses) + fiador ou seguro fiança.
- Custos mensais: Aluguel + taxas de condomínio (se houver).
- Vantagens: Menor investimento inicial, flexibilidade para mudança, responsabilidade do proprietário com reparos e manutenções.
- Desvantagens: Ausência de patrimônio próprio, reajustes anuais do aluguel, possibilidade de mudança a qualquer momento, menos liberdade para reformas.
Para comparar os custos de forma precisa, é necessário considerar:
- Valor do imóvel: Influencia diretamente o valor da compra e do aluguel.
- Localização: Imóveis em áreas valorizadas costumam ter aluguéis mais altos e preços de compra mais elevados.
- Condições do imóvel: Quanto mais novo ou reformado, maior o aluguel e o preço de compra.
- Situação financeira: É necessário avaliar a renda disponível, a capacidade de poupança e o perfil de endividamento.
Ferramentas úteis:
- Simuladores de financiamento: Vale a pena estimar o valor das prestações e o custo total da compra.
- Sites de busca de imóveis: Comparar preços de venda e aluguel em diferentes regiões.
- Consultores financeiros: É possível obter orientação profissional para tomar a melhor decisão de acordo com as necessidades de consumidor.
O financiamento imobiliário apresentou um custo total entre 10.49% e 11,49% ao ano. Se a pessoa optar pelo aluguel e sobrar dinheiro, pode considerar investir o valor excedente para alcançar seus objetivos financeiros.
Existe uma tendência entre as gerações mais jovens, principalmente a partir da geração Z (nascidos entre 1997-2010), de optar por adiar ou até mesmo não comprar bens duráveis. As principais razões incluem:
- Prioridades diferentes: Valorizam mais experiências e viagens do que bens materiais.
- Insegurança no mercado de trabalho: Preocupam-se com a instabilidade econômica e com a dificuldade de conseguir um emprego fixo.
- Alto custo de vida: Dificuldade de arcar com altos custos de moradia, alimentação e outros itens essenciais.
- Consciência ambiental: Preferem soluções mais sustentáveis, como transporte público e economia de energia.
No contexto dos bens duráveis, a economia circular pode se traduzir em:
- Casas: Construções com materiais reciclados e duráveis, com designs modulares que facilitam adaptações e reformas ao longo do tempo. Plataformas de aluguel de longo prazo e serviços de reparo e manutenção facilitam o acesso à moradia sem a necessidade de compra imediata.
- Carros: Veículos elétricos compartilhados ou autônomos podem reduzir a necessidade de propriedade individual, além de promover a sustentabilidade e a otimização do uso. A indústria automotiva também investe em carros modulares e com peças intercambiáveis, facilitando reparos e atualizações.
Nadja afirma que é difícil prever o futuro com certeza, mas algumas tendências podem influenciar a relação das novas gerações com os bens duráveis:
- Aumento da oferta de serviços compartilhados: Uber, Airbnb, etc., podem oferecer alternativas mais acessíveis e flexíveis à propriedade de bens.
- Economia circular: Foco na reutilização, reparo e reciclagem de produtos, reduzindo a necessidade de utilização de recursos não renováveis.
Economia circular traz uma nova perspectiva para a relação do indivíduo com os bens duráveis.
- Durabilidade: Projetar produtos mais resistentes e duradouros, que durem por mais tempo e necessitem de menos reposição.
- Reparo: Facilitar o reparo e a manutenção dos produtos, estendendo sua vida útil e reduzindo o descarte prematuro.
- Reuso: Incentivar a reutilização de produtos, seja através do mercado de usados, doações ou iniciativas de compartilhamento.
- Reciclagem: Implementar sistemas eficientes de reciclagem para transformar materiais descartados em novos produtos.
Economia circular pode beneficiar as gerações futuras:
- Redução do impacto ambiental: Menor consumo de recursos naturais, diminuição da geração de resíduos e menor emissão de gases poluentes.
- Acesso mais democrático a bens e serviços: Modelos de compartilhamento e economia circular podem tornar produtos e serviços mais acessíveis para todos, independente da capacidade de compra.
- Estímulo à inovação: Novas tecnologias e modelos de negócios surgem para atender às demandas da economia circular, impulsionando o crescimento econômico e a criação de empregos.
“A economia circular apresenta um caminho promissor para as gerações mais jovens repensarem sua relação com os bens duráveis. Ao priorizar a sustentabilidade, o acesso e a inovação, esse modelo pode contribuir para um futuro mais justo, próspero e em harmonia com o planeta”, finaliza a docente.
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