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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Apenas 16% dos brasileiros adultos compraram livros no último ano, revela pesquisa

Informação é de pesquisa da Câmara Brasileira do Livro



O Brasil ainda enfrenta um longo caminho para superar o baixo índice de leitura entre sua população adulta. A pesquisa Panorama do Consumo de Livros, realizada pela Câmara Brasileira do Livro, revelou que apenas 16% da população acima de 18 anos compraram ao menos um livro nos últimos 12 meses. Embora o dado demonstre uma preferência pela leitura em relação a outras atividades culturais, como peças teatrais e shows, o hábito de ler ainda está distante de se consolidar como prática majoritária no país.


Entre os consumidores de livros, a maioria adquiriu entre três e cinco exemplares ao longo do ano. Um dos destaques do levantamento é o papel das mulheres, que representam 62% dos compradores que adquiriram mais de dez livros. Dentro desse grupo, a pesquisa apontou uma segmentação interessante: enquanto mulheres da classe B, predominantemente do Nordeste, lideram o consumo, mulheres da classe C, concentradas no Sudeste, também se destacam.


Apesar da aparente força de consumo em certos nichos, os preços continuam sendo uma barreira significativa para a popularização da leitura. Livros escolares e de aprimoramento pessoal e profissional foram considerados caros pela maior parte dos entrevistados. Já livros de lazer e entretenimento, assim como infantis e juvenis, apresentaram uma percepção mais neutra quanto ao custo.


Outro dado importante do estudo é o canal preferido para aquisição de livros. 55% dos consumidores optam por lojas online, uma preferência especialmente forte no Nordeste. Ainda assim, 39% ainda compram em lojas físicas, com uma ressalva: muitos consumidores afirmaram que migrariam para as livrarias físicas caso os preços fossem equivalentes aos praticados no e-commerce.


Quando se trata de formato, o livro físico segue como a escolha dominante. 56% dos consumidores compraram apenas livros impressos nos últimos 12 meses, enquanto 14% adquiriram apenas livros digitais e 30% consumiram ambas as versões. Interessantemente, os homens aparecem como principais consumidores de livros exclusivamente digitais, enquanto o Nordeste, novamente, se destaca por liderar no consumo combinado de livros físicos e digitais (36%).


Esses números, embora mostrem tendências de consumo, reforçam um problema estrutural: o hábito de leitura ainda não é acessível ou atrativo para a maior parte da população brasileira. Em um cenário onde a média de leitura anual ainda é baixa, o desafio passa não só pela oferta de livros a preços mais acessíveis, mas também pela criação de políticas públicas que incentivem a prática desde a infância. Afinal, a leitura não é apenas uma ferramenta de lazer, mas um alicerce essencial para o desenvolvimento educacional, cultural e social do país.

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