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quinta-feira, 27 de março de 2025

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Como surgiram as cantigas de roda? Não sei, só sei que foi assim

Com ilustrações de J. Borges e Pablo Borges, novo livro de Fernanda de Oliveira celebra a diversidade cultural ao contar causos sobre as músicas mais populares da infância brasileira

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Divulgação / Melhoramentos


Contrarides, o homem mais mal-humorado da Ilha de Marajó, sonhou com uma profecia e foi resgatar a amada. Viu uma jovem indígena em apuros nas águas e a salvou, junto de seus animais de estimação: dois sapos-cururu, que passaram a viver à beira do rio. Já na Catalunha, Araquídia  era conhecida pelas estranhas promessas. Um dia, disse que a paróquia da cidade precisava estar pronta em um ano, mas, poucos minutos antes do prazo, percebeu um sino faltando no topo. Ela então propôs uma torre humana e a escalou para cumprir com o horário. Depois disso, foi apelidada de Dona Aranha. Como essas situações se tornaram cantigas de roda? Não sei... Só sei que foi assim.

Com uma homenagem a Ariano Suassuna e às mirabolantes histórias de Chicó, Fernanda de Oliveira torna a famosa frase de “Auto da Compadecida” em título de um projeto literário dividido em dois volumes. Além de Sapo-Cururu e Dona Aranha, Só sei que foi assim, vol. 2 – a publicação mais recente da saga – narra as origens de Papagaio Louro, Alecrim Dourado, Terezinha de Jesus, Na Bahia Tem, Borboletinha, A Galinha do Vizinho e Carneirinho, Carneirão. Também há um conto surpresa sobre Ninoca, uma telefonista com talento nato para as anedotas e que criou tantas outras canções.

Dizem que o casal deu às filhas os mesmos nomes das galinhas, para lhes prestar uma homenagem, pois graças às penosas é que puderam conviver mais em seus quintais abertos, acabando por se apaixonar. Bom, os nomes das gêmeas serem Crizelda e Tibúrcia já acho meio difícil, mas que as duas compuseram juntas a música “A galinha do vizinho”, aí eu tenho garantia. E entre certezas que se avizinham dela, só sei que foi paralelamente assim. (Só sei que foi assim, p. 55)

As peripécias narradas em tom de fofoca celebram a diversidade brasileira ao ambientar enredos em todas as regiões, de Norte a Sul. Com 21 xilogravuras de J. Borges, um dos mais importantes artistas populares do país, e do filho Pablo Borges, a obra destaca a figura dos ciganos, a trajetória dos bandeirantes, a influência espanhola no país, as práticas alimentares e os diferentes dialetos.

Produzido a partir de uma extensa pesquisa sobre os hábitos de várias partes do Brasil, o livro dá continuidade ao primeiro volume e busca unir famílias ao dialogar com uma memória musical compartilhada por todos desde a infância. Para isso, as páginas apresentam QR Codes que conduzem às cantigas. Com arranjos de Giordano Pagotti e voz da própria Fernanda de Oliveira, as canções também homenageiam a cultura ao atravessar gêneros como xote, frevo, forró, maxixe, catira, baião, samba e toada.

Os textos valorizam o repertório estético do leitor, da criança ao adulto, por trazer uma linguagem rica e até rebuscada. “É um projeto que visita a história de cada brasileiro, quando envolvemos a produção da pamonha e do sabão, quando falamos da nossa caatinga, nossas lendas, nossa natureza, das grandes fazendas do interior, das ladeiras de Salvador, dos búfalos de Marajó, entre outros”, explica a autora. Também conhecida como Fê Liz, ela faz jus ao apelido por sempre trazer um final feliz, típico do universo extraordinário e inocente da infância.

FICHA TÉCNICA

Título: Só sei que foi assim, vol.2
Autora: Fernanda de Oliveira
Editora: Melhoramentos
ISBN: ‎978-6555397857
Páginas: 72
Preço: R$ 55,90
Onde comprar: Amazon 

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Redes sociais da autora:

Instagram: @fernandinhaoliveira | @fe.feliz
Linkedin: Fernanda de Oliveira
Facebook: /felizdeoliveira
Youtube: @canaldafeliz

Site da autora: www.fernandadeoliveira.com


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