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sexta-feira, 14 de março de 2025

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O dia em que o cinema brasileiro quebrou a barreira dos 4 minutos

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Jennifer Manfrin - Rodrigo Leal


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*Jennifer Manfrin


No dia 6 de maio de 1954, Roger Bannister tornou-se a primeira pessoa a correr uma milha em menos de quatro minutos. Até então, especialistas e cientistas acreditavam que essa barreira era intransponível, um limite inquebrável do corpo humano, mas ele provou o contrário!

Mas tão impressionante quanto esta conquista, foi o que veio depois: em poucos meses, outros corredores também quebraram a marca. O impossível tinha se tornado possível – e, de repente, era acessível a todos.

O Brasil viveu seu próprio momento Roger Bannister, quando Ainda Estou Aqui venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, atravessando uma linha de chegada que, por muito tempo, parecia impossível, pois o reconhecimento da Academia não é apenas um prêmio para o filme – é um marco para toda a nossa indústria cinematográfica.

Ainda hoje o cinema brasileiro luta contra obstáculos que parecem (ou pareciam) intransponíveis: limitações de orçamento, falta de visibilidade no exterior e a crença de que o reconhecimento global era um feito raro, destinado a poucos.

Para se ter uma ideia, conquistamos o Oscar de Melhor Filme Internacional com um orçamento de apenas 1,5 milhão de dólares. Esse feito merece destaque, especialmente porque o diretor de Anora, Sean S. Baker – grande vencedor da noite –, ressaltou que sua produção foi realizada com um orçamento considerado baixo para os padrões hollywoodianos: 6 milhões de dólares, ou seja, quatro vezes mais do que Ainda Estou Aqui.

Portanto, não se trata apenas deste filme ou deste prêmio, é sobre abrir portas, sobre fazer com que novos diretores, roteiristas e produtores brasileiros vejam que há um caminho, pois o que antes parecia impossível agora é um horizonte real. A indústria nacional pode crescer, ser reconhecida e disputar espaço entre os gigantes do cinema mundial.

E essa mensagem não se aplica apenas ao cinema. Em qualquer área da vida, quando alguém rompe uma barreira, ele não faz isso sozinho – ele puxa consigo todos aqueles que vêm depois. A vitória de hoje não pertence apenas a um filme, mas a todos que ousam sonhar grande.

O Brasil já atravessou a linha de chegada. Agora, cabe a nós correr ainda mais longe.



(*) Jennifer Manfrin é Advogada, Mestra em Direito e Professora nos cursos de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário Internacional Uninter.

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