Geocracia - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira, 26 de março, a nova edição do estudo Gestão do Território, revelando quais municípios brasileiros exercem centralidade na gestão no país. O estudo é fundamental para orientar políticas públicas e estratégias empresariais, permitindo uma melhor compreensão das dinâmicas territoriais e oferecendo suporte para decisões relacionadas ao desenvolvimento regional, à localização de novos investimentos e à otimização da prestação de serviços públicos.
A pesquisa identificou 2.176 cidades que cumprem os critérios necessários para serem consideradas Centros de Gestão do Território, representando 39,1% do total de municípios brasileiros. Para serem incluídos nesta categoria, os municípios precisam possuir simultaneamente entidades públicas descentralizadas e unidades locais de empresas multilocalizadas, sejam sedes ou filiais.
Entre os municípios analisados, destacam-se São Paulo (SP), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ), que ocupam o nível máximo de centralidade (nível 1). São Paulo lidera a centralidade empresarial, Brasília domina na gestão pública, enquanto o Rio de Janeiro aparece em posição estratégica nas duas esferas. Essas cidades se destacam pelo reforço mútuo entre as estruturas públicas e empresariais, atraindo investimentos e instituições essenciais, o que as consolida como centros urbanos de elevada influência.
No segundo nível de centralidade, encontram-se nove importantes cidades: Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Goiânia (GO), Campinas (SP) e Belém (PA), todas consideradas núcleos de metrópoles. Entre elas, Campinas é a única cidade não capital estadual, revelando sua relevância nacional na dinâmica territorial brasileira. A partir deste nível, há representação dos municípios em todas as grandes regiões do país.
No nível 3 de centralidade, há 40 municípios que variam significativamente em termos populacionais, indo desde Passo Fundo (RS), com cerca de 206 mil habitantes, até Manaus (AM), que ultrapassa os 2 milhões de habitantes. Apesar dessa disparidade populacional, todas essas cidades desempenham funções regionais equivalentes, articulando gestão pública e empresarial de forma semelhante no território brasileiro.
A classificação dos municípios segue coerentemente a hierarquia urbana, com os níveis 1 e 2 ocupados exclusivamente por metrópoles. Nos níveis seguintes (3 e 4), predominam as capitais regionais, embora também haja uma considerável participação de metrópoles. Já os níveis inferiores (5 a 9) são majoritariamente compostos por centros sub-regionais, centros de zona e centros locais, refletindo as diferentes intensidades de gestão territorial.
A pesquisa revelou ainda um perfil regional distinto de acordo com os níveis de gestão territorial. A região Sudeste lidera nos níveis intermediários (3 a 6), enquanto o Nordeste predomina nos níveis mais baixos (7 e 8). O nível mais baixo de gestão territorial (nível 9) concentra quase metade dos municípios da região Norte, indicando a necessidade de maior presença estatal nessas áreas com baixa densidade demográfica e menos dinamismo econômico.
A comparação com o estudo anterior, realizado em 2014, indica uma leve redução no número de municípios classificados como Centros de Gestão do Território, de 2.204 para 2.176 em 2024. Essa alteração decorre principalmente da redistribuição de zonas eleitorais e agências do INSS, o que levou algumas cidades pequenas a perderem esse status, enquanto outras ganharam relevância. O estudo reflete, portanto, as transformações e reajustes na rede urbana brasileira na última década.
Para acessar o estudo, clique aqui.
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